A estreia do Chega e o avanço de uma candidatura independente marcam as eleições autárquicas em Sever do Vouga, nas quais o PSD tenta manter a maioria e o PS recuperar o poder que deteve durante vários mandatos.
Há quatro anos, o PSD foi o partido mais votado (43,5%, três vereadores), seguido do PS (28,8%, dois eleitos) e do CDS (22,4%, um mandato). Sociais-democratas e centristas juntaram-se num acordo pós-eleitoral, à luz do qual foi atribuído um conjunto de pelouros a Ricardo Silva, do CDS. Em agosto passado, porém, o presidente do município, Pedro Lobo, procedeu à retirada dos pelouros e da confiança política ao autarca centrista.
O PSD, que em 2021 logrou quebrar o ciclo de governação socialista, concorre novamente com Pedro Lobo. O partido quer “continuar a construir um concelho mais dinâmico, mais coeso e mais preparado para os desafios do futuro”. O balanço dos últimos quatro anos é positivo. “Sever do Vouga afirmou-se como um território de oportunidades, apostando no desenvolvimento económico, na valorização das freguesias, no apoio às famílias e no reforço da qualidade de vida da nossa comunidade”, referem os sociais-democratas, para quem a recandidatura de Pedro Lobo “representa a continuidade de um projeto sólido, responsável e ambicioso”.
O PS quer recuperar o poder municipal e para isso escolheu Luís Martins como candidato à Câmara. Economista de formação e ligado a instituições desportivas e de solidariedade social, o cabeça-de-lista é “reconhecido pela sua liderança, capacidade de escuta ativa e visão estratégica”, prometendo “resolver problemas complexos com soluções realistas e eficazes”.
Com o objetivo de “honrar o legado de mais de 20 anos de governação”, a candidatura do PS assume como compromissos “melhorar a qualidade de vida dos severenses, garantindo segurança e estabilidade às famílias”, “defender serviços públicos e de saúde de qualidade e acessíveis a todos” e “implementar uma gestão séria e próxima”.
O CDS apresenta-se novamente com o empresário Ricardo Silva. As prioridades são a saúde, a cultura e o desporto, mas também a expansão das zonas industriais para “atrair mais pessoas” para o concelho. O partido recebeu “com surpresa” a retirada dos pelouros e da confiança política ao seu vereador, mas garante que o acordo,
enquanto durou, foi assumido “com sentido de responsabilidade”.
O Chega concorre à Câmara pela primeira vez, avançando com Sandra Bento para a Câmara. “Assumo este desafio como um dever cívico, na certeza de que a política deve servir o cidadão com verdade, com justiça e para o bem comum. Sei da importância desta função e da confiança que em mim é depositada e é por isso que me comprometo a exercer esta candidatura com seriedade, dedicação e total transparência”, afirma. Segundo a candidata, “o Chega representa a voz de muitos cidadãos que exigem mudança, coragem e firmeza”. “É com esses valores que me apresento para liderar com imparcialidade, respeitar todas as opiniões e conduzir os trabalhos desta autarquia de forma justa e digna, acreditando que é possível fazer diferente e melhor”, acrescenta.