Mais 250 camas prestes a serem criadas
As atuais 1.150 camas (1.050 para a formação inicial, licenciatura e mestrado, e 100 para 3º ciclo, docentes, convidados) estão prestes a serem reforçadas. “Já estão em construção mais dois blocos e numa segunda fase serão mais três. Estamos a falar de um total de cerca de 250 camas, nos cinco blocos”, contabiliza. Um reforço que é particularmente bem-vindo numa época em que os estudantes sentem dificuldades em arranjar alojamento na cidade. E quando conseguem, deparam-se com “preços pouco simpáticos”, nota, por seu turno, Carmen Monteiro, diretora de serviços dos SASUA.
É aqui que entra outra das respostas importantes desta unidade da UA. Apoiar, através do fundo social da própria universidade, os alunos que ficam de fora da faixa definida pelo Governo para receber o complemento de alojamento. “Até ao limite de 4.600 euros de rendimentos anuais, há toda uma atribuição de bolsa. Mas a partir desse limite e até aos 11 mil e tal euros, a bolsa é a mesma. Ou seja, há um intervalo muito grande e isso é problemático. Temos um estudante com rendimentos anuais de 11 mil euros a receber exatamente a mesma coisa que um estudante com 4.800 euros. Não é comparável. E aí nós fazemos uma análise, através da nossa equipa de assistentes sociais, para apoiar ou através da alimentação ou na mensalidade do alojamento, de forma a criar mais alguma facilidade e não estar a onerar mais as famílias. Mas tudo isso a expensas da UA. Esse fundo social é integralmente suportado por receitas próprias”, enquadra João Ribeiro.
A dificuldade para encontrar alojamento em Aveiro tem afetado, sobretudo, os pais. “Vimos pais a chorar quando não conseguem alojamento para os filhos. Veem as aulas a começar e não têm alternativa”, testemunha João Ribeiro. “Tentamos apoiar. Muitas vezes fazemos de assistentes sociais”, acrescenta. É caso para perguntar o que é que aconteceu em Aveiro, uma vez que a universidade não aumentou assim tanto o número de alunos que possa justificar esta falta de alojamento para estudantes. “Alojamento local. Não existia e passou a existir. A oferta de alojamento está ocupada pelo turismo”, observa.
Novas propostas na área da alimentação
A criatividade parece fazer parte do ADN da equipa dos SASUA – são cerca de 170 pessoas. Durante a pandemia, ousaram criar o menu piquenique, servindo as refeições numa cesta, e a adesão foi de tal ordem que ainda hoje mantêm essa proposta. Na calha estão outras propostas inovadoras. “Queremos dinamizar a padaria que temos neste edifício, que é a única valência que ainda não está dinamizada. Todo o edifício está em laboração, excetuando essa parte”, anuncia João Ribeiro. “Com a construção das novas residências vamos ficar com ainda mais pessoas a viver aqui, na margem do campus. Se temos mais pessoas a viverem cá, então elas têm que ser apoiadas. Criando aqui a padaria vai criar um fluxo, nomeadamente durante a noite, vamos ter uma maior movimentação que também vai aumentar a segurança. Maior segurança e maior bem-estar. Quem é noctívago e gosta de estudar à noite, tem um local onde pode acorrer”, refere, a propósito daquele que será um dos próximos investimentos dos SASUA.