A inauguração da XVI Bienal de Cerâmica Artística de Aveiro, ocorrida este sábado, ficou marcada pela apresentação do projeto do museu que permitirá expor as 290 peças que compõem a coleção da bienal. A futura unidade museológica irá ficar instalada, conforme era já sabido, no edifício anteriormente ocupado pela biblioteca municipal - que ficou vago após a transferência deste equipamento para o Atlas Aveiro. O edifício histórico será preservado, mas a peça construída por volta da década de 90 será substituída por uma nova construção, que será "ela própria uma peça artística ao nível do revestimento", adiantou Ribau Esteves, presidente da autarquia.
O edifício que já foi Magistério Primário, depois biblioteca, terá, no futuro, "uma parte antiga e uma parte nova", acrescentou o edil, antes de passar a palavra ao arquiteto responsável pelo projeto do futuro museu, João Mendes Ribeiro.
"Gosto muito de trabalhar em reabilitação porque o edifício histórico dá sempre a solução para o futuro", reparou o arquiteto, notando que a aposta passou por recuperar a construção original do séc. XIX (virada para a Rua José Estêvão), mantendo não só as fachadas, como também o interior, nomeadamente a escadaria e clarabóia. Já no espaço virado para o largo, e consequentemente para a avenida, será erguido "um novo edifício, de arquitetura contemporânea" e "revestido a cerâmica" (ver foto), revelou João Mendes Ribeiro.
Além das salas de exposições, o futuro museu contará ainda com um espaço de loja e receção, uma olaria e espaço para apoio à investigação.
Quando estiver concluído, permitirá perpetuar a bienal no tempo, não a cingindo aos três meses de exposição a cada dois anos, conforme tem vindo a acontecer.
A edição deste ano vai decorrer até 28 de janeiro e já exibe a marca da programação Aveiro Capital Portuguesa da Cultura 2024. Para esta que é já a XVI Bienal de Cerâmica Artística de Aveiro foram seleccionadas 98 peças de 80 artistas. O primeiro prémio foi atribuído à obra “Balance in Red”, da autoria de Paula Bastiaansen, dos Países Baixos. Hidemi Tokutake, do Japão, conquistou o segundo prémio, com a obra “Grow”, seguido de Ming-Miao Ko, de Taiwan, que arrecadou o terceiro lugar com “Handle with care”.