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Marta Barros tem a arte na ponta dos dedos e a ria como fonte de inspiração

Artes

Nasceu no Porto, mas a Ria de Aveiro ocupou sempre um lugar especial na sua vida. Conta que, em bebé, terá vindo diretamente do hospital para a Torreira, na Murtosa, onde a família tinha uma casa de férias - tinha e tem; a única coisa que mudou foi o facto de a casa ter sido elevada à categoria de habitação permanente. Estudou comunicação social, trabalhou em Lisboa e, em 2016, acabou por despertar para uma grande paixão: o macramé. Aos 38 anos, Marta Barros orgulha-se de ver a sua marca de artesanato a ser cada vez mais reconhecida. Dentro e fora de portas, atendendo a que a TEX MB já conseguiu dar nas vistas além-fronteiras. Uma marca portuguesa que, este ano, passou a estar fortemente ligada à Ria de Aveiro. Marta mudou o seu atelier para a Torreira, passando agora a contar com as paisagens da laguna como fonte de inspiração.

A paixão pelo macramé surge quase por acaso, depois de ter saído da televisão, onde trabalhava como produtora. “Nessa altura tive tempo para experimentar outras coisas”, introduz, antes de contar que foi num jantar de amigas que ouviu falar do macramé. Já lá vão quase dez anos, esta arte era ainda pouco conhecida em Portugal, mas Marta Barros, que sempre adorou decoração – diz que é daquelas pessoas que mais facilmente compra algo para casa do que para ela própria – ficou com a pulga atrás da orelha. “Identifiquei-me logo e fui fazer um workshop. Tive uma sintonia imediata com as cordas”, recorda, admitindo que a ligação aos barcos pode ter ajudado. “Aquilo para mim foi natural, talvez por ter andado, desde pequena, de volta dos cabos no barco do meu pai e a fazer nós”, testemunha a artista que também vai dando uma ajuda no projeto de turismo náutico (Livin Barca) que a família está a explorar na Torreira.

A ligação ao macramé foi tão natural que, depois de terminar o workshop, Marta continuou a fazer arte com as pontas dos dedos. “Na altura era difícil arranjar corda, não havia esta moda do macramé e tive de perder um bocado de tempo à procura”, conta. As suas primeiras criações foram um suporte de vasos e uma peça de parede, que ainda hoje guarda religiosamente. “Nunca as vendi, tenho-as comigo”, testemunha. Deverão ser caso raro, uma vez que logo nesses primeiros meses de dedicação ao macramé começou a vender as primeiras peças.

Já lá vão oito anos a fazer desta arte de entrelaçar fios através de nós uma forma de vida. “Achei que fosse uma coisa temporária, mas a marca aí está”, declara a artista que já teve a oportunidade de ver os seus trabalhos expostos em Florença e, mais recentemente, em Veneza. Este verão ficou também marcado pela sua segunda exposição na região que alberga agora a TEX MB. Marta Barros apresentou a sua arte na Torreira e diz que gostava de continuar a expor os seus trabalhos em território da ria. Aveiro, quem sabe?

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Criar peças únicas à mão

Marta Barros já deu forma, para além das tapeçarias de parede e suportes de vasos, a corrimões, proteções de beliches, proteções de escadas, candeeiros e cortinas, em macramé. Uma das peças mais exigentes que teve de fazer até hoje foi, precisamente, um candeeiro com 1,5 metros de diâmetro e 3,5 metros de altura. “Começando pela expetativa do cliente até ao produto final. Os clientes quando pedem uma peça à medida vêm sempre com uma expetativa, com alguma coisa que viram nalgum lado e eu tenho, por um lado, que corresponder à expetativa deles e, por outro lado, não copiar aquilo que já foi feito, porque acho que isso não traz valor nenhum”, refere a artista que diz encontrar inspiração na natureza e nas experiências que a vida lhe traz.

“Cada peça é única e carrega as marcas de um trabalho feito totalmente à mão. Implica muito envolvimento, e por isso a marca não podia ter outro nome que não o meu”, afiança, no texto de boas-vindas do seu site. MB está bom de ver que vem de Marta Barros. E o TEX? “Vem de Martex, que era como as minhas amigas me tratavam na escola e depois evoluiu só para Tex”, conta a mentora da TEX MB.

 

 

 

 

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