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Joaquim Filipe: um artista que pinta com base em memórias

Artes

O artista de 66 anos, residente na Gafanha de Aquém, dá aulas de Artes Visuais na Secundária José Estevão, em Aveiro. Foi no café da sua tia avó que começou a fazer os primeiros rabiscos, rodeado por pessoas entendidas nas lides marítimas, o que acabou por influenciar o seu trabalho. Já expôs em várias galerias do país e tem obras suas em diversos espaços públicos da região.

 

 

Joaquim Filipe conta que devia ter uns três ou quatro anos quando sentiu necessidade de, através do desenho, “dar visibilidade a uma série de assuntos”. A maioria das vezes, recorda, eram relacionados com o mar, os navios e a sua casa, onde fazia esses registos. Mas não era apenas ali que desenhava. Joaquim também teve oportunidade de o fazer no café da sua tia avó Nautília. Executados em cima das mesas de mármore, esses desenhos contavam com contributos de uma plateia que dominava as lides marítimas. “Alguns termos náuticos foram-me transmitidos precisamente nessas sessões”, relata o artista, admitindo ser transportado para esses momentos pelo cheiro do café e das aguardentes.

Hoje professor de Artes de Visuais na Escola Secundária José Estevão, em Aveiro, Joaquim Filipe explica que o seu processo criativo se divide em dois momentos distintos: um destinado a dar resposta a um trabalho que “necessita de maior atenção, por razões diversificadas, que podem ser de encomenda”; e outro destinado a ensaiar e a treinar. “Num e noutro caso, gosto de fazer essas experiências em cadernos, onde anoto tudo, por vezes com textos”, conta.

Com um percurso que passou pelo Design Gráfico, Design de Equipamento e Pintura, admite que, ao longo do seu trajeto artístico, tem recebido “influências muito boas”, dando como exemplo um dos seus professores, António Quadros Ferro.

O artista, natural e residente na Gafanha de Aquém, em Ílhavo, afirma que o seu estilo de pintura é construído com base em várias memórias. “Não como cópias, mas sim através de processos de composição, criando talvez, no observador, alguma estranheza”, admite.

Aos 66 anos, considera que a obra mais desafiante que já produziu foi um trabalho gráfico que fez no auditório do Mercado Negro, em Aveiro, enquanto acompanhava um músico. “Enquanto ele tocava a sua guitarra com várias pedaleiras, eu desenhava num painel branco a duas mãos. Sim, optei por fazer o desenho com as duas mãos; a ideia era ser mesmo provocador. Numa reunião prévia, tínhamos decidido que a atuação seria de uma hora, mas rapidamente verificámos que era insuficiente; durou duas horas, foi um improviso!”, relata.

Artista gosta de trocar impressões com o público

Tendo estudado na Escola Superior de Design, no IADE (Instituto de Arte, Design e Empresa), em Lisboa, o artista tem o seu atelier na sua própria casa. 

Uma vez concluídas as suas obras, diz ser “sempre uma satisfação” ver a reação do público. “Gosto da troca de impressões e de saber que, em determinados pontos das pinturas e desenhos, sentem coisas diferentes das minhas”, confessa. Entre as várias exposições que já fez, recorda-se, por exemplo, de uma mostra que apresentou no Museu da Cidade de Aveiro, em que misturou meios digitais e tradicionais.

 

Exposição das suas pinturas em Ovar

 

Uma inspiração para os seus alunos

Tendo já exposto os seus trabalhos em galerias de todo o país, aponta uma coleção de peças que fez sobre o tema “Mitologia” como aquela de que se orgulha particularmente. “Foram, para mim, bastante significativos, pelos assuntos em si; já tinham sido abordados por outros artistas ao longo da história e tinha chegado o momento de também eu transmitir a minha visão. Mas foi, também, pelas grandes dimensões das peças e pelos materiais empregues: marcadores de tinta indelével sobre telas de poliéster. Decidi que assumiria todos os erros na produção dos desenhos, uma vez que não iria apagar traços. O resultado final resultou numa grande aplicação de linhas; alguma tinha de estar certa!”, recorda.

Com obras suas em vários espaços públicos da região, Joaquim Filipe congratula-se em saber que serve de inspiração a alguns dos seus alunos. “Uma coisa é o trabalho diário que tenho com eles, em que são precisas todas as orientações nas diversas áreas de estudo; outra coisa é a vida deles depois do secundário. Verifico que muitos dos alunos chegam ao 12º ano sem saber qual a área de exploração que devem escolher num futuro próximo. No entanto, também tenho conhecimento que outros tantos estão, ou já concluíram, os seus estudos artísticos e, por vezes, aparecem lá na escola a visitar-me, o que, naturalmente, me deixa mesmo muito contente”, admite.

Neste momento, o artista refere estar a trabalhar numa coleção que “espelha o momento pós-digital”. Resta-nos aguardar para conhecer todos os detalhes. 

 

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