Reconhecendo a importância da arte xávega como atrativo turístico das praias da Vagueira e do Areão, e perante os riscos e ameaças que esta pesca artesanal atravessa, a câmara municipal de Vagos decidiu atribuir um apoio financeiro às companhas do concelho.
O protocolo assinado, esta sexta-feira, com os pescadores, é válido por dois anos, prevendo o pagamento de um subsídio de cinco mil euros a cada uma das companhas que nos meses de verão exerçam diariamente a arte xávega, à exceção dos dias em que as condições do tempo o não permita.Ao subsídio deste ano, acrescem mais dois mil e quinhentos euros para compensar os investimentos realizados em 2018.
No entender da autarquia, é fundamental defender e salvaguardar este património cultural, que está intimamente associado à identidade da população local, em particular da população da freguesia da Gafanha da Boa Hora. Acima de tudo, é imperativo desenvolver ações concretas de salvaguarda da arte xávega, para que seja assegurada a sua sustentabilidade socioeconómica.
Na sessão de assinatura oficial do protocolo - realizada na Praia da Vagueira e seguida de uma grelhada de peixe "à maneira tradicional" - Silvério Regalado, presidente da autarquia, deixou a perspetiva de que este apoio se estenda para além dos dois anos. Na calha está, também, a possibilidade deos cabos das redes voltarem a ser puxados por juntas de bois, no âmbito de uma colaboração entre o município e a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.
Mais parcos em palavras, mas visivelmente emocionados, os responsáveis pelas duas companhas de pesca do município (João da Murtosa e João Valdemar), agradeceram o apoio da autarquia, deixando o desabafo: "se não fosse este apoio, tínhamos de parar".