Entre 1 e 30 de outubro, o FIMUV - Festival Internacional de Música de Paços de Brandão levou a diferentes salas do município de Santa Maria da Feira 17 concertos e outras iniciativas de promoção cultural, reunindo para o efeito mais de 4.400 espectadores. Considerando que a pandemia ainda surtiu alguma inibição ao nível de audiências, os diretores do evento defendem que os números da 44.ª edição só demonstram o “evidente potencial de crescimento” do certame.
O programa da 44.ª edição do FIMUV terminou este sábado, após o concerto da banda espanhola Rarefolk, e o balanço é “ de grande satisfação” para os organizadores do evento, que, lançado em 1977 pela associação CiRAC, é atualmente organizado com o apoio da Direção-Geral das Artes, do Município de Santa Maria da Feira e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a par de outras entidades patrocinadoras.
Do cartaz de 2021 constaram 17 iniciativas – entre as quais vários espetáculos de música e dança, uma ópera, a apresentação de um livro e cinco concertos inclusivos – e, feitas as contas à audiência presencial e à participação através da internet, a contabilidade final aponta para 4.420 espectadores.
“É uma grande satisfação chegar a um número destes, sobretudo quando sabemos que, apesar de as restrições sanitárias relacionadas com a covid-19 terem sido menos restritivas este ano, ainda houve público que, pela sua idade mais avançada ou por outras condições de risco, não se sentiu à vontade para já assistir a concertos em sala fechada”, declara Nuno Reis, presidente do CiRAC. “Isto só aumenta a nossa responsabilidade quanto às edições futuras, que esperamos que se possam realizar em circunstâncias normais, sem limitações relacionadas com a pandemia”.
Para Augusto Trindade, que assume a direção artística do FIMUV, os 4.420 espectadores da edição de 2021 deixam assim uma mensagem clara de estímulo à organização: “Provam que há muita gente interessada na música erudita, em conteúdos artísticos de elevada qualidade e em programações que não cedam a facilitismos de popularidade para consumo massivo”. O violinista e pedagogo defende também que o público do evento “tem cada vez mais consciência daquilo que o festival representa para a formação de jovens músicos e outros artistas, enquanto veículo privilegiado da divulgação de profissionais com sucesso já firmado ou emergente”.