“Ílhavo a transmitir alegria”. O mote vem da primeira edição, em 2012, mas a ideia da alegria reforçou-se na 11ª edição do Festival Rádio Faneca, que aconteceu entre os dias 14 e 16 de junho, no Centro de Histórico de Ílhavo, que acolheu mais de 50 eventos gratuitos e com a visita entusiasta de mais de 29 mil pessoas, além das centenas de ouvintes que, ao longo de três dias, acompanharam as 31 horas de emissão da rádio do festival, ao vivo, na FM, online e também em simultâneo com a Antena 3.
Nesta edição, o festival apostou numa comunicação centrada não só na alegria, mas também no cruzamento entre gerações e linguagens, assumindo as diferenças que existem entre expressões mais antigas, algumas delas ilhavenses que o festival faz questão que não caiam em desuso, mas também em termos amplamente utilizados pela gen Z (os nascidos entre 1996 e 2010), celebrando o encontro e entendimento intergeracional que o festival procura.
A vereadora Mariana Ramos, responsável pelo pelouro da Cultura e Criatividade do Município de Ílhavo, reforça que “é imperativo viver e defender aquilo que é nosso, com o pronome possessivo bem assente na nossa linguagem e viver e partilhar o nosso território, através das suas pessoas e das suas histórias é uma taça que se deve erguer bem alto, mesmo, seja para brindar, seja para festejar”.
O projeto Casa Aberta, que acontece desde a primeira edição do festival, e em que os habitantes do Centro Histórico de Ílhavo abrem as suas casas para oferecer a desconhecidos um lugar às suas mesas, mas também para desenvolver um projeto artístico, este ano orientado pelo encenador Alexandre Sampaio, que desafiou os participantes a partilharem as suas memórias felizes. Além de casas convencionais, participaram ainda alguns estabelecimentos do comércio local e associações ilhavenses. De acordo com Mariana Ramos “foi comovente a forma como toda a comunidade se uniu para viver e participar neste Rádio Faneca”.
Quatro becos do Centro Histórico de Ílhavo acolheram as Histórias nos Becos, escritas pelo ator Alfredo Martins a partir das histórias de quatro canções de Carlos Paião. Também nos becos, na Travessa da Filarmónica Ilhavense e na Travessa Padre Grilo, aconteceram os concertos dos encontros PRAIA, que desafiaram nove artistas da plataforma de registo de artistas ilhavenses para criar em conjunto.
Desta proposta, resultam três concertos e um registo documental, pelo cineasta Gonçalo Almeida, gravado durante os ensaios e os concertos no Rádio Faneca e que será apresentado na Milha - Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo, em novembro, altura em que estes concertos também se repetem: Vitória Wilkens e Charles Lazer, Feed the Horse e Projecto X.X e Adriana Grego, Jorge Anjos, Micael Lourenço e Xumiga, que oscilaram entre o rock, a eletrónica, a MPB e a música experimental. Na 145 Townhouse, alojamento local no Centro Histórico que se juntou ao festival para acolher Rui Fernandes Quarteto e Máximo, o público foi desafiado a ver concertos intimistas junto à piscina.