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Carlos Tê à conversa com Rui Baptista e Francisco Silva

Artes

 

“Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”; “Havia um pessegueiro na ilha, Plantado por um Vizir de Odemira”; “Ver-te assim abandonada, Nesse timbre pardacento”; “Não há estrelas no céu, A dourar o meu caminho”; “Disseste se eu fosse audaz, Tu tiravas o vestido, E o prometido é devido”. Tudo isto lhe é certamente familiar. Muitos de nós sabemos estas letras de trás para a frente. Quem escreveu as letras destas canções intemporais e que fazem parte do nosso imaginário coletivo foi Carlos Alberto Gomes Monteiro ou, como é conhecido, Carlos Tê, um letrista, escritor e compositor nascido na Cedofeita, no Porto, especialmente conhecido pela sua colaboração com Rui Veloso.

Deste homem nascido em 1955 se diz que é um dos pais do rock português, a par com o seu parceiro musical de tantos anos e tantos álbuns. Mas é um rótulo a que não dá importância. Foi um rótulo que lhe fiou colado sem que fizesse por isso. “Fui apanhado no meio de uma curva qualquer”, disse no podcast da Aveiro Mag Rui(n)zinho, do jornalista Rui Baptista, com a assessoria de Francisco Silva – o episódio acabou por não ir para o ar por questões técnicas.

Alguma vez quis ser uma estrela do rock´n´roll?, perguntaram-lhe, durante uma entrevista decorrida na Murtosa – Carlos Tê foi o convidado do último “Encontro com o autor”. “Não, embora uma parte de mim desejava, porque era o desejo secreto de todos os adolescentes”, respondeu. Na juventude era influenciado por nomes como John Lennon, Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Jim Morrison. “A morte de John Lennon bateu-me forte e feio. Havia qualquer coisa trágica na voz do Lennon, um abandono muito grande”, disse.

“Tentei copiar algumas coisas que eu ouvia”, como os Kinks ou Frank Zappa, assume. “Era muito cáustico sobre a sociedade portuguesa, sobre as classes”, explica, assumindo-se como um produto do Porto. Se tivesse nascido em Lisboa ou noutra cidade qualquer portuguesa seria o mesmo Carlos Tê? “Provavelmente não”. Na altura, o Porto tinha um “timbre pardacento”, como escreveu em “Porto sentido”, o que contagiou a sua escrita. O Porto foi-se transformando com os anos mas mantém a sua “autenticidade”, acredita.

Os seus versos são conhecidos por terem sido musicados, estando agarradas às canções. “Eu acho que as letras são mesmo feitas para ficarem amarradas às canções, foram feitas para ser assim, significa que funcionaram”, disse. Questionado sobre a canção de que mais gosta, respondeu “Cavaleiro andante”.

Carlos Tê continua a escrever. “É uma condição de quem escreve - continuar a escrever. É um modo de estar”, nota. “Estou sempre a olhar para o lado à espera de um motivo qualquer” para escrever.

Também é um ouvinte de música mas tem uma relação distante com plataformas como o Spotify. Estes canais permitem ter a música toda do mundo à distância de um clique. “Foi precisamente essa possibilidade que me distanciou do streaming, essa noção de ter tudo”, disse. “Não estou à espera do Spotify, não preciso das listas do Spotify para me dizer o que é bom”.

A oferta musical é hoje tanta, e o seu acesso tão facilitado, que temos uma relação menos fiel com a música, sustenta. A música “é apenas uma matéria do streaming, a nossa capacidade de reter canções novas está cada vez mais limitada”. “Eu não consigo lembrar-me de nenhuma canção que ouvi no último mês”, comentou, em conversa com a dupla de Rui(n)Zinho. As suas preferências vão para as “canções antigas”, com quem criou laços afetivos duradouros.

A sua colaboração com Rui Veloso foi abandonada há vários anos. A rutura, garante, não foi conflituosa, aconteceu naturalmente. “Há muitas coisas que acontecem neste género. Digamos que as pessoas se afastam. O processo torna-se menos mágico. Não é nada de especial”, descreveu. Talvez um dia voltem a trabalhar juntos. “Não sei. Nunca digo não”.

 

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