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Associação Habilitar: a missão destes pais e amigos é especial

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Enquanto pediatra, Carolina Duarte tinha (e continua a ter) um olhar abrangente sobre as crianças com perturbações do neurodesenvolvimento, as suas famílias e todos os intervenientes, nomeadamente educadores ou elementos da família alargada. “É fácil perceber quantas necessidades existem, quanto há para colmatar e quanto essas necessidades estão silenciadas. Quando apontamos as necessidades ao longo do tempo, quando as presenciamos e somos testemunhas delas, é quase aflitivo não fazer algo”, testemunha a médica do Hospital de Aveiro que transformou estas preocupações em ações, fundando a Associação de Pais e Amigos Habilitar (APAH). Atualmente, esta coletividade sediada em Aveiro acompanha cerca de 50 crianças e conta com mais de 100 sócios. E não lhe falta vontade para continuar a apoiar as crianças e jovens com perturbações do neurodesenvolvimento e as respetivas famílias.

Nascida em 2018 enquanto instituição autónoma - durante cerca de dois anos funcionou como projeto ligado à Misericórdia de Aveiro -, a Habilitar disponibiliza intervenções terapêuticas específicas, nomeadamente “terapia da fala, psicomotricidade, acompanhamento psicológico”, refere a fundadora e coordenadora clínica da associação.

No ano passado, a Habilitar foi premiada pelo BPI Capacitar - prémio tem como finalidade apoiar projetos que melhorem da qualidade de vida das pessoas com deficiência, doença mental ou outras doenças, bem como das suas famílias, com especial enfoque na sua autonomia, empregabilidade e bem-estar -, o que lhe permitiu alargar as suas valências. Entre elas está o “Somos famílias, esclarece-nos”, valência que permite ter, “durante o período contemplado por este prémio, uma técnica de saúde de serviço social duas horas por dia, para atendimento a famílias”, assim como o “Sou irmão, olha para mim”, direcionado para os irmãos das crianças com perturbações do neuro desenvolvimento e a forma como não podem ser esquecidos.

Outra das valências reside no “Somos pais, ensina-nos a ensinar”, que “tem a ver com crianças com dificuldades de aprendizagem mais ligeiras, cujos pais enfrentam diariamente necessidade de colmatar as lacunas e de as ajudar e, muitas vezes, ou não têm ferramentas para o fazer, ou entram numa espiral de depressão porque também eles sentem a pressão para que a criança avance. Há ali duas pessoas que se gostam muito, uma a tentar não desiludir a outra e a outra a tentar por tudo que a primeira consiga. Quando tudo isto é compreendido, quando há um elemento mediador que está a dar ferramentas e a ensinar de forma positiva, diminui-se a pressão naquele núcleo que está sob pressão”, explica Carolina Duarte.

A patologia não acaba quando começam as férias

Um dos mais recentes, e também mais marcantes, projetos da associação presidida por Rita Regala residiu num campo de férias inclusivo. “O que acontece às crianças com perturbações do neurodesenvolvimento, com necessidades específicas e que requerem uma intervenção específica durante o ano letivo e que depois não são aceites nos campos de férias para crianças ditas normais porque têm mesmo necessidades muito específicas que têm de ser colmatadas? A patologia não acaba quando começam as férias”, adverte a pediatra. Depois de, no ano passado, terem realizado “uma experiência-piloto de dois dias para auscultar terreno”, os elementos da Habilitar decidiram avançar, este ano, sem medos. Nas duas últimas semanas de julho, promoveram um campo de férias inclusivas, cofinanciado pelo Instituto Nacional de Reabilitação e apoiado pela Câmara Municipal de Aveiro.

O sucesso foi tão grande que a esta altura já se começa a pensar na edição de 2024. “Algo que me inspirou foi ter tido a possibilidade de passar a última tarde aqui na João Afonso, a sede do campo, a ver o campo a funcionar e, depois, ver e os pais a irem buscar os miúdos. Tive o prazer de me cruzar com mães de crianças que sigo há tantos anos e ver a satisfação delas. Não é muito fácil de escrever. É uma satisfação tão grande. Para o próximo ano, é intenção da Habilitar, segundo anuncia Isabel Santos, coordenadora da ADAH, “alargar o campo de férias, quer na sua duração, quer no número de crianças com perturbações do neuro desenvolvimento que podem participar”.

Enquanto as férias de verão não chegam, as atenções viram-se para as restantes respostas da associação, para as crianças e também para as suas famílias. “Sentimos que as famílias não procuram, como se isto fosse algo que precisam de viver sozinhas, apesar do tanto que necessitam de viver com outras. Não tem de ser uma marcha solitária”, nota Carolina Duarte. “Aqui está uma pequena comunidade que quer que as famílias venham receber informações que precisa de forma gratuita e de forma empática. Se não soubermos, admitimo-lo, vamos estudar e depois devolvemos o telefonema ou remarca um encontro”, acrescenta.

Ajudar a Habilitar a crescer

Nestes primeiros anos de vida, a associação já conseguiu cativar alguns amigos para a sua causa. “A Ilhaplast, em Vagos, oferece-nos coisas desde o princípio. A Dona Paula, que tem um quiosque de tripas e bolacha americana no Forum Aveiro, decidiu retirar X de cada produto vendido para nos dar . A Fabridoce também nos tem apoiado bastante...”, enumera a fundadora. Ainda assim, é preciso mais, uma vez que a missão é grande. “Uma boa forma de ajudar a associação é ser sócio, pagando uma quota anual de 12 euros, um euro por mês”, anuncia Isabel Santos.

Também estará a ajudar se comprar o livro “Há conversa no Habilitar”, que reúne um conjunto de crónicas inclusivas e desenhos da autoria da ilustradora aveirense Sónia Machado. Pode adquiri-lo, pelo valor de 10 euros, na própria associação (email paishabilitar@gmail.com e telefone 932371077).

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