É hoje um dos principais rostos das Caves de São Domingos. Apesar da juventude – tem 25 anos – já vai conhecendo os meandros da casa fundada, em 1937, por Elpídio Martins Semedo, e adquirida pelo seu avô, Lopo de Sousa Freitas, na década de 1970. Em tempo de vindimas, Duarte Amorim esteve à conversa com a Aveiro Mag, antecipando algumas novidades e projetos desta casa bairradina. Com um copo de espumante na mão, e em pleno vinhedo da Quinta de S. Lourenço, em São Lourenço do Bairro, o gestor de projeto das Caves de São Domingos confessou que sempre ouviu dizer “lá em casa que a concorrência está nas outras regiões, fora da Bairrada”.
“Sempre tive respeito pelos nossos colegas [produtores da Bairrada] e sempre fui muito bem recebido por eles”, confessava, com a prova ali à vista de todos. Vários produtores bairradinos responderam positivamente ao convite da São Domingos e marcaram presença na festa, realizada no último sábado, e que pretendeu assinalar o início das vindimas. “Na verdade, já começámos a 11 de agosto”, notou, especificando que a adega das Caves de São Domingos, localizada em Ferreiros, já tem estado a receber uvas dos seus viticultores desde então – além das propriedades próprias, a empresa tem vários viticultores a trabalhar para si em regime de exclusividade.
Ainda que este tenha sido “um ano muito desafiante”, com “um calor intenso, muita humidade, e chuva a meio do verão que veio estragar tudo”, os produtores conseguiram “dar a volta à coisa”, estimando-se uma boa colheita. “E temos uma prensa nova em folha, que tem capacidade para 30 toneladas de uva. É uma novidade, está a dar um pouco mais de trabalho, mas estamos bem encaminhados para o desenrolar da vindima”, revelou Duarte Amorim. O objetivo passa por aumentar a produção para o dobro. “Neste momento, trabalhamos à volta de 100 hectares e estamos preparados para fazer o dobro. Esta prensa nova, de 30 toneladas, dá-nos vazão. O que nos falta agora são mais viticultores. Pessoas que cheguem até nós e digam: temos uvas de qualidade suficiente para vender para as caves de São Domingos”, explica.
A empresa que começou por dedicar-se apenas à produção de espumantes, foi evoluindo também para as aguardentes e vinhos Bairrada, fazendo chegar ao consumidor marcas como “Lopo de Freitas”, “Elpídio”, “Volúpia”, além da “São Domingos”. São já 87 anos de história e umas quantas conquistas para brindar. “Em maio deste ano obtivemos a acreditação do referencial nacional de sustentabilidade. Foi um ano inteiro de auditorias, com muito rigor, mas passámos com distinção nesse campo. Somos agora uma empresa certificada”, destacou Duarte Amorim.
Em marcha está também um novo projeto de “resíduo zero”. “Estamos a trabalhar para que vários produtos obtenham essa distinção”, referiu, especificando que isso pressupõe que “durante toda a atividade da produção não haja resíduos, a cadeia de produção seja simples e a vinha tratada de forma natural, sem químicos”. Também haverá novidades ao nível “do rastreamento”. “Todos os lotes vão estar controlados ao nível de um clique”, anunciou.