A construção do edifício da nova Unidade de Ambulatório do Hospital Infante D. Pedro é a grande prioridade da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULS-RA). A presidente do seu conselho de administração, Margarida França, focou isso mesmo ontem, na Universidade de Aveiro (UA), no I Simpósio da ULS-RA, que serviu para fazer um balanço do percurso realizado nestes dez meses desta unidade que integra os hospitais e centros de saúde da região (num universo de mais de 3.000 trabalhadores).
“Temos feito um grande esforço de proximidade e abertura aos nossos doentes, sendo que a nossa principal prioridade neste momento é, de facto, a construção da nossa nova Unidade de Ambulatório”, a ser erguida nos antigos terrenos do Estádio Mário Duarte, afirmava a administradora hospitalar.
Recorde-se que a nova unidade permitirá concentrar, num único edifício, toda a atividade clínica que não exija internamento. O Governo atribuiu a este projeto, no âmbito do Portugal 2030, uma verba no valor de 30 milhões de euros, estando a sua construção a concurso público.
CIRA “acredita muito” neste novo modelo
Também presente neste simpósio esteve o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). Joaquim Batista deu conta que a CIRA “acredita muito” neste novo modelo das ULS. “Permitem criar uma verdadeira complementaridade entre estes dois níveis de prestação de cuidados de saúde (hospitais e centros de saúde), sendo daí que resulta a qualidade desses cuidados”, sublinhava. E, afirmando esperar que a ULS da região se estabilize finalmente em termos de definição territorial, o presidente da CIRA acredita que “Ovar só perdeu com a sua saída” deste grupo.
Joaquim Batista considera o curso de Medicina “absolutamente determinante” para o sucesso deste projeto, assegurando o total empenho da região na área da Saúde. “Se o Governo nos obrigasse a escolher apenas um investimento, seria, sem dúvida, o da Saúde”, referia, garantindo que a CIRA está focada na construção do edifício da nova unidade de ambulatório.
A importância da multidisciplinaridade
Alexandra Queirós, vice-reitora da UA, enalteceu, na sessão de abertura deste simpósio, as vantagens da integração de cuidados. “A UA reconhece a importância da multidisciplinaridade na melhoria dos cuidados prestados ao utente, além da óbvia vantagem da integração da tecnologia neste âmbito”, apontava, admitindo ser uma capacitação “nem sempre fácil de se fazer” e classificando a questão da literacia digital como “essencial para todos os profissionais deste área”. A responsável abordou, ainda, o desafio comunicacional que tal representa, na medida em que “estão em causa diferentes atores, com diferentes funções e níveis de conhecimento”.
Miguel Capão Filipe, vereador da Câmara de Aveiro com o pelouro da Saúde, também marcou presença nesta iniciativa, felicitando a nova vida do Hospital de Aveiro, que “cumpre, progressivamente, o ideal de ser um hospital escolar, sobretudo com a próspera chegada do curso de Medicina à Universidade de Aveiro”. “Contem sempre com o Município, que está a agarrar a reabilitação de equipamentos e a investir na construção de novos”, assegurava, dando como exemplo a construção do novo Centro de Saúde de Nossa Senhora de Fátima.