O gosto pela escrita já vem de tenra idade. Acabava um diário, começava outro, recorda, notando que sempre encontrou na caneta e no papel “uma forma de exteriorizar, meter cá para fora emoções”. Antes de entrar para a universidade, esteve dividida entre a psicologia e o jornalismo, mas a segunda opção acabou por prevalecer, em grande medida por causa dessa paixão pela escrita. Cláudia Azevedo fez das palavras profissão, mas também foi a elas que dedicou uma boa parte dos seus tempos livres, através da escrita de poesia. No próximo sábado, dia 23, lança o seu primeiro livro, “As margens da vida”, editado pela Primeiro Capítulo.
Natural da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, e residente em Vagos, Cláudia Azevedo confessa que já começou a escrever poesia há uns bons anos. “Mas era coisa muito para mim e, muito raramente, dava a ler a uma pessoa ou outra”, conta. O facto de ter sido mãe, há relativamente pouco tempo, permitiu-lhe passar mais tempo em casa e começar a organizar o que foi escrevendo. “E surgiu o livro”, enquadra, a propósito do processo que culminará com a sessão pública agendada para as 15h30, no Centro de Educação e Recreio (CER), em Vagos.
“As margens da vida” conduz o leitor através de uma jornada. Cada capítulo reflete uma fase da alma feminina: da perda de identidade ao amor, do abandono à reconstrução interior, culminando na aceitação da dualidade do Ser. “Mesmo sem uma asa, é possível continuar a voar” – segundo a própria, este é um dos versos que define o espírito da obra, que pode ser adquirida em formato físico, por 15 euros, ou em formato digital, por 5 euros, através do site da editora. A narrativa é rica em metáforas e simbolismos, convidando o leitor a refletir sobre a vida, a morte e a condição humana.
A vida como fonte de inspiração
Cláudia Azevedo, que tem Florbela Espanca como uma das principais referências no mundo da poesia, inspira-se nas suas próprias vivências e naquilo que vai observando à sua volta para escrever. “Quando vivi em Lisboa, uma coisa que eu fazia muito era escrever enquanto estava no metro. Observava as pessoas e escrevia sobre elas”, testemunha a jornalista e autora.