No próximo fim-de-semana, quinze localidades do país – Águeda, Arganil, Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Lousã, Odemira, Oliveira do Hospital, Pedrógão Grande, Porto, Proença-a-Nova, São Pedro do Sul, Sertã – unem-se para protestar contra o que dizem ser “a reiterada demissão do poder público em relação à floresta e aos incêndios florestais”. A ação está agendada para o próximo sábado.
Segundo recorda a Rede Emergência Florestal/Floresta do Futuro, que convoca o protesto, “este ano, ardeu mais de 3% do território nacional. Há menos de uma década, em 2017, ardeu 5% do território”. “Nos últimos 35 anos, metade do país já ardeu e várias áreas arderam duas ou três vezes nesse período”, contabilizam, criticando “governos, empresas e até alguns académicos que olham para esta realidade encolhendo os ombros, como se fossem factos aceitáveis e inevitáveis aos quais a sociedade apenas se pode resignar”.
No entender desta rede, “é possível ter menos incêndios, é essencial ter menos calor e é urgente mudar a organização e a composição das paisagens e da floresta”. Nesse sentido, o protesto do próximo sábado “organiza-se à volta de três vertentes – a Deseucaliptização do país, que com perto de um milhão de hectares está tomado por uma espécie pirófita e invasora que se expande a cada fogo, a Descarbonização, que é a única maneira de travar a subida vertiginosa das temperaturas que aumenta e agrava os fogos e ondas de calor, e a Democratização, vector essencial nas soluções de que precisamos, rejeitando as opções industriais e de (sub)desenvolvimento que foram impostas ao país e ao mundo rural, sem consulta e tanta vezes contra a vontade expressa das populações”, referem.
Em Aveiro, o protesto irá decorrer em Cacia, às 17h00, na entrada da Navigator Company.