O coletivo Ultra Violenta está a organizar uma quinzena artística dedicada à cultura visual alternativa, à publicação independente, às artes plásticas e ao design experimental. O evento terá lugar no Edifício Atlas Aveiro, entre os dias 28 de maio e 12 de junho.
Além de uma exposição que reúne os trabalhos artísticos de 50 criadores nacionais e internacionais, o principal foco desta iniciativa será o ciclo de 8 workshops gratuitos, abertos à comunidade e “dedicados à cultura DIY ” no ramo das artes plásticas e visuais.
Este ciclo de workshops arranca no dia 31 de maio, com um mini-curso dedicado à arte do stencil, técnica que utiliza o recorte de moldes para a reprodução repetida de imagens, por norma, com recurso à tinta em spray. A oficina será orientada pela dupla Los Bimis, que é como quem diz, Miguel Crespo e Sofia Monteiro. No dia seguinte, 1 de junho, Helena Zália leciona um workshop sobre gravura em embalagens cartonadas; Dia 2, é a vez de a ilhavense Joana Matos orientar uma oficina de trabalho com tecidos em patchwork embutido e, no dia 4, Rute Myriam, apresenta um ateliê dedicado às técnicas de caligrafia e lettering com aparos, pincéis e outros instrumentos.Seguem-se Mário Afonso, no dia 7, com um laboratório de cianotipia (impressão fotográfica em tons de azul) e Rogério Guimarães, no dia 8, com uma proposta de aprendizagem sobre a técnica de risografia. Dia 9, a aveirense Sara Bandarra apresenta uma oficina de ilustração e colagem e, a fechar o ciclo, no dia 11, Miguel Correia, mentor do Ultra Violenta, leva ao Atlas Aveiro um workshop sobre edição de fanzines.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por email, para o endereço biblioteca@cm-aveiro.pt
Uma publicação independente para divulgar os artistas e a sua arte
Ultra Violenta é o nome de um fanzine independente fundado por Miguel Correia no início de 2020, em Aveiro. Como o termo sugere, fanzine é uma publicação (magazine) produzida por fãs de uma determinada área de produção artística ou cultural com o intuito de partilhar o seu interesse com outros entusiastas e divulgar o trabalho de artistas emergentes. No caso do Ultra Violenta, o projeto editorial nasceu com a missão de “afirmar a criação artística alternativa e tornar-se um agente ativo de cultura” nas áreas da fotografia, arte digital, design gráfico, poesia, escrita, banda desenhada e tipografia.
No espaço de um ano, o Ultra Violenta conseguiu publicar 12 edições (uma por mês) com 24 páginas, tendo reunido cinco dezenas de artistas nacionais e internacionais e gerado mais de 120 obras artísticas. Cada edição teve um tema único que foi interpretado por artistas de diversas áreas, num exercício de criatividade, experimentação e partilha.
Esta quinzena artística surge também com o objetivo de “partilhar esse espólio com a comunidade aveirense, quer seja residente ou visitante”. De acordo com Miguel Correia, a ação pretende “lançar as fundações para que se possa celebrar a cultura visual alternativa e as publicações independentes com um evento deste género de forma regular”.