Às 23h15 desta segunda-feira, os voluntários aveirenses que integraram a caravana humanitária de apoio à Ucrânia entregavam, à respetiva família, a última refugiada do grupo que viajou com eles desde a Polónia. Para trás, tinha ficado uma viagem de 7.900 quilómetros, com passagem por vários países, e com propósitos bens definidos: entregar os bens doados pelos portugueses e resgatar aqueles que procuram fugir da guerra.
Apesar de ter consciência que há ainda muito trabalho a fazer, nomeadamente na integração e apoio a quem chega ao nosso país, Gonçalo Fonseca destaca o resultado conseguido com esta primeira viagem. No total, as 22 viaturas que saíram no dia 2 de março de Portugal conseguiram transportar 155 cidadãos ucranianos, maioritariamente mulheres e crianças.
Segundo adiantou ainda este aveirense, estão já a ser mobilizadas outras pessoas do grupo para uma segunda viagem. Isto ao mesmo tempo que, por cá, se vai tentando garantir uma boa integração dos refugiados. “O trabalho não pára. Estas pessoas vão precisar de ajuda para encontrarem trabalho, escolas e todo o apoio necessário”, realça.
Na viagem que encetou na companhia de Paulo Jesus, também ele aveirense, e de Luís Neves, oriundo do Porto, Gonçalo Fonseca conseguiu transportar uma família ucraniana da Roménia para a Polónia e, a partir deste último país, transportaram quatro refugiados para Portugal. Três, pertencentes à mesma família, ficaram na Guarda; a outra veio para Aveiro, onde tem família.
Foram muitas horas de viagem, em que deu para perceber que todas estas pessoas estão de coração apertado. “Fomos aconselhados, e bem, a não gerar conversas de emoções, mas era perceptível o que aquelas pessoas estavam a sentir. A forma como reagiam de cada vez que o telefone tocava... saírem, como foi o caso de uma senhora, apenas com um saco plástico e uma pequena mochila na mão”, testemunha Gonçalo Fonseca.
O grupo deixou uma família na Guarda