Era dia de festa, mas o recado tinha de ser dado. Ribau Esteves apresentou-se na cerimónia de apresentação do novo ferryboat de Aveiro, esta quinta-feira, com uma gravata alusiva ao Navio de Treino de Mar “Creoula”. O objetivo? Lembrar ao país que o antigo lugre bacalheiro, um dos últimos sobreviventes da Frota Branca Portuguesa, continua ao abandono.
“Quero aqui deixar uma palavra de luta, dura e intensa, para que o país apanhe juízo na governação”, vincou. Ribau Esteves não entende como é que o governo não consegue cativar 9 milhões de euros de um Orçamento de Estado para recuperar aquele veleiro histórico, quando uma câmara municipal (Aveiro), com um orçamento bastante inferior, conseguiu investir 9 milhões de euros num ‘Salicórnia’.
O “Creoula” está impossibilitado de navegar, há vários anos, por falta de condições operacionais. Aguarda por uma profunda intervenção, mas a operação ainda não recebeu luz verde.
Depois de ter sido um dos grandes protagonistas da história portuguesa da pesca do bacalhau, o veleiro construído em 1937 está, desde 1987, sob a alçada da Marinha Portuguesa, operando como navio de treino de mar. Também neste âmbito foram muitas as relações que estabeleceu com a região de Aveiro, ao embarcar centenas de cidadãos do município de Ílhavo em várias edições das "Experiências Mar Creoula".
* Créditos da foto: Marinha Portuguesa