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Para Dinis Mota, 2024 vai ser “um ano cheio de música”

Artes

Dinis Mota foi um dos vencedores da mais recente edição do Monitor, o projeto de mentoria para músicos emergentes promovido pelo Teatro Aveirense e pelo município de Aveiro. Numa edição que contou com mais de 70 candidaturas (o dobro da anterior, em 2021), Dinis foi um dos artistas – o único aveirense – escolhidos para usufruir de um ano de acompanhamento especializado por profissionais ligados à indústria da música. Recorde-se que, entre os principais objetivos do Monitor, estão “a partilha de conhecimento sobre a indústria da música”, “o apoio ao desenvolvimento de estratégias de crescimento” e “o fornecimento de ferramentas para uma boa gestão da carreira”. Para além disso, o programa contempla ainda a atribuição de 2.500 euros a cada um dos projetos selecionados – a verba pode ser aplicada nagravação de um disco, de um videoclipe ou para a realização de uma sessão fotográfica.

Entrevistado pela Aveiro Mag, o músico de 22 anos diz-se “imensamente grato” pelo reconhecimento, elogia o projeto e garante que não vai dececionar quem o escolheu, antecipando “um ano de muito trabalho, cheio de música”. “O meu objetivo é trabalhar sempre um pouco mais do que trabalhei ontem e, assim, evoluir artisticamente. O Monitor vai dar-me o estímulo para continuar a estudar, a base financeira e, principalmente, a possibilidade de contactar com pessoas que sentem a música em variados âmbitos – a composição, a produção, o negócio ou a divulgação –, mas que vivem este fogo da mesma maneira que eu”. “Com o acompanhamento delas, quero perceber como é que, integrado neste meio, posso evoluir como artista independente, potenciando as minhas capacidades”, ambiciona.

Outro dos prémios do Monitor é a oportunidade de subir ao palco do Teatro Aveirense, em setembro, para um concerto em nome próprio. Dinis confessa: “Gostava que o Monitor me desse o tempo e os meios para transformar uma ideia que tem vindo a formar-se na minha cabeça num álbum. E o ideal era que esse álbum estivesse pronto em meados do ano, de forma a conseguir apresentá-lo nessa ocasião [no Teatro Aveirense]”, planeia o músico, sem receio de sonhar o futuro e estabelecer metas: “Daqui a 10 anos gostava que a minha música tivesse chegado ao mundo. E gostava de já ter tido a hipótese de trabalhar em parceira com alguns dos artistas que mais admiro”.

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É notória a paixão com que Dinis Mota fala da música e do seu ofício. “Como artista, sinto-me uma espécie de mensageiro com a missão de trazer ao mundo o que vai dentro da minha cabeça”, entende o jovem aveirense que cresceu a ouvir Rui Veloso, Caetano e Beatles – “I Feel Fine”, da banda de Liverpool, terá mesmo sido o seu primeiro vício musical e, por algum tempo, o mais frequente “disco pedido” nas viagens em família.

Dinis começou a tocar no clube da música do Colégio D. José I, em Santa Joana, quando andava apenas no 5.º ano, com uma guitarra que a avó lhe oferecera. E foi também no âmbito daquela atividade extracurricular que o jovem ter-se-á apresentado pela primeira vez num palco. Daí em diante, passaria pela Sociedade Musical Santa Cecília, e, mais tarde, pela Escola de Artes Palco Central, enquanto completava o ensino secundário na área das ciências socioeconómicas. Aos poucos, descreve, “começou a despertar em mim um fogo qualquer que me levava a querer sempre mais, aprender novas músicas, conhecer novos artistas” e, deixando para trás as ciências, a economia, a sociologia e as relações internacionais, optou por apostar num percurso académico dedicado à música. Procurou um professor da Jobra, na Branca (Albergaria-a-Velha) que o ajudasse a aprofundar os conhecimentos na área de produção e aventurou-se no curso de Produção e Tecnologias da Música, na ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo –, no Porto. Entretanto, foi publicando vários singles, bem como o EP “Triagem”. Atualmente, “para aprofundar o lado artístico e o pensamento sobre a música”, encontra-se a concluir o mestrado em Artes e Tecnologia do Som.

Importa referir, por fim, que em todo este trajeto a família tem tido um papel essencial: “Tenho a sorte imensa de ter uma mãe que fica contente com as minhas conquistas, um pai que sempre me ajuda a sonhar e um irmão que me ouve e me ajuda a tornar-me um músico mais versátil. Saber que conto com este apoio emocional é fantástico”, admite, referindo igualmente o papel que o primo - João Gonçalves –, que “também tocava guitarra e tinha uma banda”, sempre teve no desenvolvimento da sua paixão pela música e, numa fase mais avançada, pela produção musical. “É, também, por eles que quero ir cada vez mais longe. Com o entusiasmo e a presença deles não tenho como não me sentir feliz, motivado e com vontade de fazer sempre mais para os orgulhar. Sei que, desta forma, também me incentivarei a mim próprio para os milhões de trabalhos que ainda me esperam”, remata Dinis Mota.

 

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