É notória a paixão com que Dinis Mota fala da música e do seu ofício. “Como artista, sinto-me uma espécie de mensageiro com a missão de trazer ao mundo o que vai dentro da minha cabeça”, entende o jovem aveirense que cresceu a ouvir Rui Veloso, Caetano e Beatles – “I Feel Fine”, da banda de Liverpool, terá mesmo sido o seu primeiro vício musical e, por algum tempo, o mais frequente “disco pedido” nas viagens em família.
Dinis começou a tocar no clube da música do Colégio D. José I, em Santa Joana, quando andava apenas no 5.º ano, com uma guitarra que a avó lhe oferecera. E foi também no âmbito daquela atividade extracurricular que o jovem ter-se-á apresentado pela primeira vez num palco. Daí em diante, passaria pela Sociedade Musical Santa Cecília, e, mais tarde, pela Escola de Artes Palco Central, enquanto completava o ensino secundário na área das ciências socioeconómicas. Aos poucos, descreve, “começou a despertar em mim um fogo qualquer que me levava a querer sempre mais, aprender novas músicas, conhecer novos artistas” e, deixando para trás as ciências, a economia, a sociologia e as relações internacionais, optou por apostar num percurso académico dedicado à música. Procurou um professor da Jobra, na Branca (Albergaria-a-Velha) que o ajudasse a aprofundar os conhecimentos na área de produção e aventurou-se no curso de Produção e Tecnologias da Música, na ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo –, no Porto. Entretanto, foi publicando vários singles, bem como o EP “Triagem”. Atualmente, “para aprofundar o lado artístico e o pensamento sobre a música”, encontra-se a concluir o mestrado em Artes e Tecnologia do Som.
Importa referir, por fim, que em todo este trajeto a família tem tido um papel essencial: “Tenho a sorte imensa de ter uma mãe que fica contente com as minhas conquistas, um pai que sempre me ajuda a sonhar e um irmão que me ouve e me ajuda a tornar-me um músico mais versátil. Saber que conto com este apoio emocional é fantástico”, admite, referindo igualmente o papel que o primo - João Gonçalves –, que “também tocava guitarra e tinha uma banda”, sempre teve no desenvolvimento da sua paixão pela música e, numa fase mais avançada, pela produção musical. “É, também, por eles que quero ir cada vez mais longe. Com o entusiasmo e a presença deles não tenho como não me sentir feliz, motivado e com vontade de fazer sempre mais para os orgulhar. Sei que, desta forma, também me incentivarei a mim próprio para os milhões de trabalhos que ainda me esperam”, remata Dinis Mota.