Termos do acordo com o Ministério das Finanças
O acordo alcançado entre o presidente da câmara de Aveiro e o ministro das Finanças prevê a “retirada dos terrenos do domínio privado da APA, dado que tinha perdido sentido esse estatuto pelo fim do uso portuário (nova Lota na Gafanha da Nazaré) e pelo fim da operação Polis Cidade de Aveiro, com a entrada em liquidação da sua empresa gestora”. Ficou, ainda, fixado “assumir desde já, que o município de Aveiro, por deliberação de Câmara e de Assembleia Municipal, transferirá parte dos referidos terrenos, do domínio público para o seu domínio privado, de forma a poder proceder à venda dos lotes do domínio privado, nos termos a definir por operação urbanística”.
Ainda de acordo com o comunicado da autarquia aveirense, o presidente da câmara “considerou que esta oportunidade de acordo e de disponibilidade do Governo, para fazer desde já a transferência dos terrenos em causa para a Câmara de Aveiro, tinha de ser assumida desde já dada a urgência de intervenção naquela zona nobre do município de Aveiro, sendo que, em simultâneo ao desenvolvimento das muitas tarefas a desenvolver no âmbito da gestão dos terrenos da antiga Lota de Aveiro, a Câmara de Aveiro manterá diligências junto do Governo para que a transferência se faça sem custos”.
Oposição contesta posição do líder do executivo
Para os vereadores do PS, o acordo alcançado "é motivo de congratulação porque este governo do Partido Socialista cumpriu o compromisso assumido, e deixou resolvida, antes de cessar funções, uma situação que se vinha arrastando no tempo, em sucessivos governos anteriores, e que tem representado um passivo urbano para Aveiro, desde o início da preparação do Plano de Urbanização da POLIS, em 1998".
Mais controversa é, na sua opinião, "a reação da Câmara Municipal relativamente à forma que reveste esta reversão para o domínio público municipal, uma vez que o executivo tomou posição e foi parte interessada e envolvida na solução encontrada que agora foi ratificada". "Não se percebe, por isso, o ónus que se pretende colocar sobre o Governo e a Administração Central. A transferência onerosa pelo valor patrimonial era um desfecho concertado entre partes e, por isso, a contestação à mesma é apenas ´barulho político´. Nem vale a pena discutir isto com quem costuma ser tão zeloso da verificação dos deveres do Estado, dos direitos e deveres de instituições públicas e privadas e dos limites das mesmas, e dos mecanismos do mercado", sustentam.