Os números não deixam margem para dúvidas. Durante a sua estadia em Aveiro, de 13 a 20 de maio, o Navio Escola Sagres foi visitado por 30.647 pessoas. O balanço foi divulgado na hora da despedida, hoje à tarde, enquanto a embarcação viajava do Cais do Sal até ao Porto de Aveiro. Esta curta navegação foi acompanhada pelos alunos das escolas vencedoras do concurso promovido pela Marinha – escolas Jaime Magalhães Lima, Básica 2 de S. Bernardo e Secundária José Estêvão -, juntamente com alguns professores.
Dos vários dias que o Sagres permaneceu aberto ao público, o dia 19 de maio, domingo, foi o dia mais concorrido, com um total de 6.412 visitas. “Superou muito as expectativas”, avaliou o comandante José Sousa Luís, porta-voz e relações públicas da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional, considerando que se tratou de um “momento histórico para o navio escola e para a cidade de Aveiro também”. “Foi uma operação logística que envolveu vários meses de preparação, sondagens, desviar pedras, garantir condições do navio, projeto logístico complexo e trabalhoso, a própria entrada e atracação foi complicada”, lembrou.
Construído em Hamburgo (Alemanha), o navio Sagres foi lançada ao mar, em outubro de 1937, com o nome Albert Leo Schlageter – militar alemão da Primeira Guerra Mundial que se tornaria figura de culto do regime nazi – e com a missão de servir a Marinha germânica como navio de instrução. Passou boa parte da Segunda Guerra Mundial atracada em Kiel, no norte da Alemanha, mas, em 1944, voltou a navegar. Nesse mesmo ano, durante uma viagem de instrução e transporte de tropas no Mar Báltico, embateu numa mina, ficando com a proa seriamente danificada. Terminada a guerra, foi tomado pelas forças norte-americanas que, em 1948, o cedem à Marinha do Brasil pelo valor simbólico de 5 mil dólares. A partir daí, passaria a ser conhecido pelo nome Guanabara, a célebre baía do Rio de Janeiro. Em 1962, foi adquirido pela Marinha portuguesa com o intuito de vir substituir o veleiro-escola do mesmo nome – Sagres –, construído em 1896, passando a assegurar a formação marinheira dos cadetes da Escola Naval.
Cumpriu já três viagens de circunavegação, a mais recente das quais em 2010. Em 2024 cumpriu a sua primeira estadia em pleno centro da cidade de Aveiro, na zona da antiga lota.