Há muito que Maria do Céu Lages vinha sendo desafiada a escrever. Nos tempos em que dava aulas não lhe faltava criatividade sempre que era preciso escrever canções e histórias para os miúdos da escola e, não raras vezes, foi incitada pelas colegas a dar largas à escrita. Esta sexta-feira, 16 de agosto, apresenta, finalmente, a resposta a esse desafio. Lança “A Formiga Comilona”, livro editado pela editora Cordel de Prata, sem esconder que pode haver outras histórias na calha.
“É um livro para crianças em aprendizagem da escrita e cuja história gira à volta das consequências do consumo de guloseimas”, desvenda a professora ilhavense, em conversa com a Aveiro Mag. Numa altura em que a obesidade infantil atinge números preocupantes, “A Formiga Comilona” tenta fazer passar a mensagem aos mais pequenos, ao mesmo tempo que os ajuda, através das ilustrações, “a acompanhar a leitura, a desenvolver o vocabulário e a memória visual”, é destacado na sinopse.
Depois de chegar às livrarias já esta sexta-feira, o livro (14 euros) tem já uma sessão de autógrafos agendada para dia 24 de agosto, pelas 12h00, na Feira do Livro do Porto. Também estão previstas sessões de apresentação em Aveiro e Ílhavo, mas ainda sem data marcada.
Maria do Céu Lages, em 72 anos, e é professora reformada. Concluiu o Curso de Magistério Primário em Aveiro, em 1971, concretizando um sonho que vivia consigo desde criança – ser professora do 1.º ciclo. Esteve 31 anos na escola da Colónia Agrícola e orgulha-se de ter ensinado “os primeiros alunos e depois os filhos deles”.
Antes de “A Formiga Comilona”, escreveu “A Folha Rabiscada”, livro publicado pela Câmara Municipal de Ílhavo, que se encontra disponível para requisição na biblioteca daquele município, da qual é frequentadora e utilizadora assídua.
Maria do Céu Lages não afasta a possibilidade trazer à estampa outras histórias, atendendo a que continua a escrever e a dar largas à criatividade. “Agora, se calhar, fica mais fácil escrever para o público em geral”, admitia, já depois de ter revelado que uma das suas principais obras tem um cariz pessoal e íntimo. Escreveu dez cadernos com a história das primeiras vivências e aventuras com o seu neto, hoje com dez anos. Chama-se o Diário da Avó Maria e tenta perpetuar no tempo as primeiras conversas e partilhas. “Não nos lembramos do que acontece até aos três anos de idade, apesar de haver sempre tanto amor e carinho. Quis registar isso”, enquadra.