A 959 - Associação vai promover, no próximo dia 26 de abril, pelas 17h00, no Salão Nobre dos Bombeiros Novos, em Aveiro, o lançamento do livro Conversas no linguajar do Bairro da Beira-Mar, da autoria de Lucinda Rigueira. A obra é uma homenagem à vida e identidade do bairro mais antigo da cidade, onde a autora nasceu e cresceu, e onde guardou as suas mais vívidas memórias.
Lucinda Maria dos Santos Rigueira, nascida em 1949, é uma “cagaréu” de gema. Professora por paixão e vocação, formou-se no Magistério Primário de Aveiro e completou o seu percurso académico com o Complemento de Formação Científica e Pedagógica na Universidade de Aveiro. Lecionou em vários contextos, desde escolas de aldeia a instituições de ensino superior, sem nunca perder a convicção de que ensinar é um ato de amor e entrega.
O livro agora apresentado nasce da sua vontade de abrir uma “gaveta de memórias” e partilhar com os leitores o ambiente, as gentes e a linguagem do Bairro da Beira-Mar. A obra é descrita como uma aguarela viva desse pedaço de cidade: um quadro feito de sons, sabores e expressões únicas, que refletem a alma de um povo humilde e ligado à Ria.
Neste bairro, antigamente chamado Vila Nova, destacava-se uma entoação própria no modo de falar, com musicalidade característica e trocas fonéticas típicas, como o uso do “b” em vez do “v”. Entre pescadores e marnotos, casas estreitas forradas a azulejo, vizinhança unida e portas com chaves do lado de fora, Lucinda pinta com palavras um retrato enternecedor e autêntico do seu tempo de infância.
O livro evoca ainda locais emblemáticos como a Praça do Peixe e a antiga Praça da Hortaliça, hoje Mercado Manuel Firmino, revelando um quotidiano marcado pelo trabalho árduo, pelas tradições e pelo convívio nas tabernas ao fim do dia.
“Conversas no linguajar do Bairro da Beira-Mar” é mais do que um registo linguístico — é um gesto de preservação da memória coletiva, contado por quem viveu intensamente cada recanto de um bairro que continua a marcar a identidade de Aveiro.