Para contar a história dos vinhos Giz é preciso ir ao Minho, descer até Coimbra e depois assentar arraiais em Cantanhede. Foi na primeira região que Luís Gomes nasceu e viveu até ir estudar para a Universidade de Coimbra, onde se formou em Bioquímica e criou bases para uma carreira na área da biotecnologia. Depois de vender uma empresa que deteve, sentiu-se impelido a avançar para “uma segunda fase de empreendedorismo”, agora no mundo dos vinhos. Foi estudar enologia no Instituto Superior Agrário e lançou-se na produção dos vinhos Giz.
Aquele que é o mais recente elemento da associação Baga Friends, recebe-nos no espaço da Rota da Bairrada, na Curia, com uma mesa cheia de petiscos e umas quantas garrafas dos néctares que vai produzindo a partir dos oito hectares de vinha que tem em Cantanhede. Uma das grandes particularidades do seu projeto passa pela aposta em vinhas centenárias. “Já passaram por décadas de história e respondem de forma muito boa”, conta-nos, ao mesmo tempo que nos serve um Giz Cuvee de Noirs (2018).
“Outra particularidade do meu projeto é estar assente em calcário, daí o nome giz. Isso da uma nota muito especial nos vinhos”, acrescenta o produtor bairradino.
Luís Gomes acaba de lançar o seu primeiro espumante branco, Cuvee de Blancs, que o leva a somar já um total de oito referências. “Sentia que me faltava um espumante branco. A Bairrada é conhecida por isso e esta é a categoria cujo consumo tem vindo a aumentar no mundo”, explica-nos.
Passamos para um Giz Vinhas Velhas Rosé e Luís Gomes começa a advogar em causa própria. “A Bairrada tem dos melhores solos, a melhor casta... temos tudo para sermos dos melhores do mundo”, vinca. “Uma região pequeníssima, que, no meu entender, deve trabalhar a diferenciação”, argumenta. No fundo, é isso que Luís Gomes gosta de fazer, confessa-nos. “Trabalhar valor e não volume”, frisa o produtor que também tem planos para começar a apostar no enoturismo. Em 2026 já deverá ter novidades para apresentar.
Para já, fica o convite para assistirmos à sua estreia do Dia Internacional da Baga – recorde-se, acontece no próximo sábado, 3 de maio, entre as 10h00 e as 18h00, sob o lema “A Baga nas suas 8 Quintas”. Luís Gomes irá receber os convivas no espaço da Rota da Bairrada – ainda não tem adega própria – e promete abrir uma garrafa de nove litros da Vinha das Cavaleiras.
Recorde-se que não será o único embaixador da Baga a estar pronto para dar a conhecer os segredos dos seus vinhos. Neste dia dedicado à casta rainha da região, Luís Pato, Quinta das Bágeiras, Quinta da Vacariça, Quinta de Baixo – Niepoort, Sidónio de Sousa e Vadio, além de Filipa Pato (de quem já por aqui falámos) estarão de portas abertas. Este ano, pela primeira vez, as celebrações culminam num Arraial popular no Clube d’Ancas, a partir das 18h00, envolvendo produtores, artistas e a comunidade num ambiente festivo e genuinamente bairradino.