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Entre grutas, castelos, mosteiros e natureza, Leiria tem muito para explorar

Roteiro

Às voltas pelo Centro de Portugal*

Tem Património Mundial da Humanidade, serras, praias, grutas, castelos e está sempre pronta para nos dar algo mais a conhecer. Os roteiros oficiais apresentam-na como uma região a descobrir, definição que lhe assenta que nem uma luva. Leiria é um desses territórios de onde é impossível sair sem trazer umas quantas lições de história e de cultura na bagagem. De Castanheira de Pera à Marinha Grande, com passagem por Alvaiázere, Ansião, Batalha, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós - além da cidade de Leiria, claro está - encontrará todo um mundo de experiências que vai querer repetir. E pretextos não irão faltar, uma vez que a região é profícua em eventos de referência, tal como nota Joaquim Ruivo, diretor do Mosteiro da Batalha, que aceitou o desafio de guiar a Aveiro Mag por terras de Leiria.

Nascido e criado em Opeia, uma aldeia a oito quilómetros de Leiria, confessa-se rendido às pessoas, lugares e paisagens da sua região, fortemente “marcada pela riqueza do seu património: construído e natural”, nota. Quantos destinos se poderão orgulhar de ter três Castelos (Leiria, Porto de Mós e Pombal), um monumento Património da Humanidade da UNESCO (Mosteiro da Batalha), bons museus - de que são exemplo o Museu do Vidro, na Marinha Grande (único museu especificamente vocacionado para o estudo da arte, artesanato e da indústria vidreira em Portugal), o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e o Museu de Leiria - e paisagens de mar e de serra?

Nesta viagem, Joaquim Ruivo começa por nos destacar a cidade de Leiria, que “mantém as suas caraterísticas de cidade provinciana e pacata, contrastando com o dinamismo económico e industrial dos seus arredores. O centro histórico lembra uma cidade grega da antiguidade: a ágora é a praça Rodrigues Lobo, na sua coerência novecentista, flanqueada pelo casario antigo de uma baixa em renovação, com os largos adjacentes bordejando o rio Lis, entre os quais o de Santana, com o antigo mercado, agora centro cultural”. “Um pequeno jardim central realça a aparente pacatez da cidade. E no cimo do morro, verdadeira acrópole, visível de todo o lado, suspende-se seu castelo, distinto e belíssimo, agora mais acessível com a construção de elevadores”, realça.

Nesta que é uma das Cidades Criativas da UNESCO, importa, ainda, visitar o museu e os seus vários polos temáticos, entre os quais o Museu de Arte Sacra (no antigo convento de Santo Agostinho), o Moinho de Papel e o Museu de Imagem e Movimento. “E entre a Praça Rodrigues Lobo e a Rua Direita, na zona da antiga judiaria, erguida sobre as ruínas da primitiva sinagoga, situa-se a Igreja da Misericórdia e que hoje tem o feliz e significativo epíteto de Centro de Diálogo Intercultural de Leiria”, apresenta-nos.

Seguimos para a Batalha, mais propriamente para o seu “coração”, o mosteiro. “Obra prima do gótico, Património Mundial da UNESCO desde 1983, surge como que numa visão súbita e inesperada para quem o aborda pela estrada nacional. Surpreende e deslumbra todo o visitante, quase não deixando mais nada para dizer”, exalta. Vale a pena reservar alguns minutos para, ali bem perto (a 100 metros) visitar o Museu da Comunidade Concelhia. “Irrepreensível sob o ponto de vista pedagógico, de acessibilidade e inclusão, a sua qualidade tem sido reconhecida com a atribuição de vários prémios nacionais e internacionais no âmbito da museologia”, vinca o nosso anfitrião.

Batalha

Joaquim Ruivo sugere um desvio até um outro ponto de interesse, ali perto, mais concretamente na freguesia de S. Mamede: a Pia do Urso, uma aldeia quase totalmente abandonada, que foi objeto, há cerca de 25 anos, de um programa estruturado de requalificação, denominado Ecoparque Sensorial da Pia do Urso e que atraiu novos moradores, a meio de uma paisagem envolvente que também motiva à visita de milhares de pessoas, desde os simples amantes da natureza até aos adeptos dos percursos pedestres e de circuitos BTT.

Ainda nesta freguesia, as célebres grutas de S. Mamede dão-nos a conhecer “uma das mais impressionantes belezas geológicas que a Terra-Mãe nos tem para oferecer”. Em Reguengo do Fetal, aldeia muito caraterística e sede de freguesia, destaca-se, um evento religioso que está a ultrapassar a dimensão do local e regional e é cada vez mais conhecido em todo o país: a Procissão dos Caracóis. A aldeia e os caminhos da procissão noturna em honra de Nª Srª do Fetal, realizada em finais de setembro, iluminam-se com milhares de pequenas candeias feitas com cascas de caracóis, tendo por combustível o azeite.

Do castelo até à praia

Próximo destino: Porto de Mós. “Situado num morro que se salienta a léguas de distância, o castelo de Porto de Mós é belíssimo. Habitado até bem dentro do século XVIII, tem uma beleza arquitetónica pouco comum, que merece uma visita atenta.

A urbe está arquitetonicamente descaraterizada, embora as belezas da região envolvente compensem tudo o mais. A subida à serra de Santo António, com desvios por Chão das Pias e subida ou descida da Fórnea, são das melhores experiências que se podem usufruir”, evidencia o diretor do Mosteiro da Batalha.

De volta à estrada, importa rumar a São Pedro de Moel, praia do concelho da Marinha Grande que foi refúgio de férias, no século passado, das elites da região. “O povoado, com casario impressivo, espraia-se pela encosta que dá para uma pequena enseada e, ainda envolto por significativa floresta de pinheiros bravos e mansos, tem um encanto único e especial que merece uma visita”, nota Joaquim Ruivo. E em S. Pedro de Moel é imprescindível visitar a Casa-Museu – Colónia Balnear Afonso Lopes Vieira. Aqui viveu o célebre escritor durante longos períodos de tempo, sobretudo nos meses mais quentes de abril a outubro. “Foi nesta casa, chamada de “Casa-Nau”, que Afonso Lopes Vieira escreveu grande parte das suas obras literárias, ensaios, conferências, artigos, etc. e recebeu grandes nomes das artes e da literatura nacional do princípio do século XX”, anuncia.

O roteiro prossegue em Pombal, concelho “que se espraia entre a serra e o mar e cujos encantos naturais são verdadeiramente uma surpresa, para quem não os conhece. Os trilhos da Serra do Sicó, a nascente, competem com os da Mata Nacional do Urso, a poente. A Praia do Osso da Baleia é cada vez mais reconhecida e apreciada pela qualidade das suas águas e da paisagem envolvente, rica em flora e fauna”, avalia Joaquim Ruivo. Siga também até ao centro histórico da cidade que, ainda que sofrendo da descaraterização urbana típica dos anos 70, 80 e 90, tão comuns em todo o país, tem pontos de interesse, destacando-se o seu castelo, bem como o Museu de Arte Popular Portuguesa e o Museu Marquês de Pombal”. A algumas dezenas de quilómetros, no limite com o distrito de Coimbra, o Convento das Clarissas, no Louriçal, do tempo de D. João V, merece bem uma visita.

Joaquim Ruivo convida-nos a seguir, também, até Santiago da Guarda, no município de Ansião, onde se justifica a visita ao Complexo Monumental de Santiago da Guarda, monumento nacional desde 1978. “Reunindo no mesmo espaço uma torre quatrocentista com base medieval, reconstruída sobre as ruínas de uma Villa Romana dos séculos IV e V e um paço manuelino, edificado durante a primeira metade do século XVI, o seu programa museológico permite percorrer essas diferentes camadas temporais, quase como que numa viagem ao passado”, destaca.

Rendidos à morcela e ao leitão

Com tanto passeio, o apetite vai abrindo. “A morcela de arroz é seguramente o produto gastronómico mais original da região. Mais leve que as morcelas de sangue e farinha, o seu sabor já conquistou outros palatos, sendo vendida em quase todo o país”, introduz o nosso anfitrião. A par com esta iguaria, “a maioria das tradições gastronómicas da região pouco variam das de outras regiões. Com pratos fortes e bem temperados, o bacalhau impera: albardado, com couves, só cozido com batatas ou com chícharos, assado com alho e azeite…”.

Nas terras de beira-mar, imperam os pratos de peixe, como as caldeiradas e o arroz de marisco da Praia da Vieira e a sopa do vidreiro da Marinha Grande; em Porto de Mós, o borrego e o cabrito; os chícharos com bacalhau, em Alvaiázere, Santa Catarina da Serra, freguesia de Leiria, e Ansião; em Castanheira de Pera, o arroz de cabidela de cabrito e as trutas de escabeche; em Pedrógão Grande, o bucho recheado e os maranhos. “E o delicioso leitão assado, até há alguns anos muito circunscrito à Boa Vista, nos arredores de Leiria, está a generalizar-se a outras paragens, com grande qualidade”, acrescenta o nosso guia.

Na doçaria, o pão de ló de Figueiró dos Vinhos faz as delícias de todos, bem como, os biscoitos do Louriçal e os Beijinhos de Pombal. Em Leiria, são célebres as Brisas do Lis, imprescindíveis no cardápio do guloso. Recomenda-se experimentar as cavacas do Reguengo do Fetal, Batalha, aproveitando a ocasião da célebre Procissão dos Caracóis

* Roteiro produzido em parceria com o Turismo do Centro de Portugal
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