O grupo de reflexão cívica Plataforma Cidades promoveu, esta quarta-feira, a primeira de três sessões online do debate "Ferrovia em Aveiro", no âmbito da "Agenda Cidadã 2030". O convidado, Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), apresentou o próximo pacote de obras ferroviárias, no âmbito do Programa Nacional de Investimentos em Infraestruturas (PNI 2030), que permitirá construir novos troços, aumentar a capacidade de transporte de mercadorias, melhorar os terminais multimodais, aumentar a velocidade de circulação e chegar aos aeroportos.
No âmbito do PNI 2030, destacou as novas linhas, Porto-Lisboa em alta velocidade, que prevê que as atuais 3 horas de viagem passem para 1h15, Aveiro-Mangualde e Porto-Vigo, e a requalificação da linha do Vouga, que liga Aveiro a Espinho. Alguns dos projetos do PNI 2030 serão executados no âmbito dos financiamentos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência.
Carlos Fernandes afirmou que fazer passar a linha de alta velocidade, na atual Estação de Aveiro, teria “um impacto muito forte na cidade, nomeadamente ao nível do ambiente e da eficiência energética, na viabilidade e custo da construção”.
Neste sentido, a linha de alta velocidade passará em Albergaria-a-Velha, local onde entroncará a linha de Mangualde. O vice-presidente da IP assegurou que “os impactos no território serão avaliados cuidadosamente” e que “o troço deverá ser reto e plano”, não estando ainda assumida a construção física de uma estação neste local.
Os comboios de alta velocidade que servirem a atual estação de Aveiro farão um desvio que terá duas conexões entre as linhas do Norte e de Aveiro, um a sul e outro a norte de Aveiro, saindo e retomando a linha de Alta Velocidade.
Sublinhou a importância da ligação Porto-Vigo para ligar o “eixo atlântico e o transporte de mercadorias, a requalificação da linha da Beira Alta e da linha do Sul, até 2024, que terá capacidade para exportar tudo o que é exportado por rodovia”.
Debate marcado por várias intervenções
A mesa de debate foi presidida por Carlos Borrego, professor catedrático jubilado da UA, e acompanhada por Pompílio Souto, coordenador da Plataforma Cidades. Foram também intervenientes José Ribau Esteves, presidente da CMA, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e Vasco Lagarto, presidente da Direção da FeAP, e ainda um conjunto de Plataformistas que colocaram questões sobre problemas concretos para a região: António Oliveira, Filipe Teles, João Paulo Crespo e Gil Moreira.
A próxima sessão, agendada para 31 de março, durante a qual se irá debater o essencial resultante desta primeira sessão, decorrerá de forma aberta a todos os que nela queiram intervir através de acesso eletrónico a divulgar oportunamente.
A mesa será presidida por Filipe Teles, Pró-Reitor da UA, acompanhado por Pompílio Souto, coordenador da Plataforma Cidades. No apoio ao debate estarão representantes da CMA, da UA e da FeAP, e Plataformistas responsáveis pela coordenação e elaboração de resumos e sínteses.
Na última sessão, a 14 de abril, serão apresentadas as conclusões e recomendações da Iniciativa "Ferrovia em Aveiro", Iniciativa da Plataforma Cidades, integrada na "Agenda Cidadã 2030".
A mesa será presidida por Paulo Pinho, professor catedrático da Universidade do Porto, acompanhado por Pompílio Souto, coordenador da Plataforma Cidades. Serão intervenientes José Ribau Esteves, presidente da CMA, Paulo Jorge Ferreira, reitor da UA e Vasco Lagarto, presidente da Direção da FeAP.
Rui Lopes apresentará a Síntese Estruturada das conclusões e recomendações do conjunto das reuniões e Paulo Pinho a proposta de Tomada de Posição Conjunta dos cidadãos, entidades e órgãos de governo da cidade e região, que resuma o que se exige da Ferrovia a bem dos interesses regionais e do país.
As reuniões serão transmitidas em direto no blogue Plataforma Cidades.