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Hugo Costa: A esperança alimenta a chama

Atletas

Hugo Costa, atleta de paracanoagem de Águeda, tem vindo a mostrar que com força de vontade, não existem impossíveis. Aos 21 anos conta já com um total de 13 medalhas na modalidade e promete não parar por aqui.

Nasceu com malformações nos membros, o que o levou a viver uma infância atribulada em que os hospitais já faziam parte da rotina. Ainda assim, descreve-se como uma pessoa “feliz” e “lutadora”, e reconhece que foram as adversidades que o transformaram em quem é hoje.

No passado dia 30 de abril, o atleta foi convocado para a Seleção Nacional de Paracanoagem, para participar na Qualificação Paralímpica e I Taça do Mundo de Pista, que decorrerá em Szeged - Hungria, entre os dias 14 e 16 de maio.

Quem é o Hugo Costa?

Bem, o Hugo é um rapaz que nasceu com malformações nos membros, e que passou um pouco da sua infância em hospitais. Apesar de tudo, sempre fui muito feliz e, se não fossem as coisas que passei, talvez não fosse a pessoa que sou hoje. O Hugo é uma pessoa muito lutadora. Gosto de lutar pelas coisas, de mostrar que tudo é possível com força de vontade e com espírito de sacrifício, e que, apesar de tudo, temos de saber dar a volta por cima e olhar para a vida de outra forma. Não gosto que tenham pena de mim, fico chateado por vezes, se me tratarem de maneira diferente, porque nada é impossível e cada um é especial à sua maneira.

E a canoagem? Como descobriu esta paixão?

Descobri a canoagem quando estudava no Instituto Duarte Lemos (IDL). Comecei no desporto escolar, às quartas-feiras, e foi quando conheci o meu treinador, o João Brinco, que me desafiou de imediato à prática da mesma. Decidi aceitar o desafio, praticar canoagem mais regularmente e inserir-me na Associação Recreativa e Cultural de Óis da Ribeira (ARCOR) como atleta. Nunca tinha experimentado outro desporto, mas quando comecei a dar os "primeiros passos" na canoagem, senti que era uma pessoa bastante competitiva e decidi treinar e evoluir, e foi aí que começou a grande paixão pela modalidade.

Foto de Paulo Gaudêncio

Sabemos que treina todos os dias. Como é, habitualmente, a sua rotina?

Costumo fazer cerca de dois ou três treinos diários, de cerca de uma hora cada treino. Quando se entra numa seleção ou num patamar alto, torna-se muito complicado evoluir a nível internacional, logo temos de estar preparados.

Sente que os treinadores são um fator de extrema importância no desempenho dos atletas?

Na minha opinião, as conquistas de qualquer atleta também se devem ao treinador, pois é ele que, quando nos falta a motivação ou as coisas não correm tão bem, está lá para melhorar, ajudar e incentivar. Estão lá para nos fazer chegar longe. Já estou com o meu treinador, o João Brinco, há 5 anos. Sempre me acompanhou desde o início, aliás, foi ele quem me desafiou, foi ele que me ajudou a chegar ao nível onde estou neste momento. Juntos temos trabalhado arduamente para melhorar e construir este nosso caminho na canoagem.

A sua carreira cresceu muito rapidamente. Com três anos de canoagem já estava a competir ao lado dos melhores na Hungria, como é que isso o faz sentir?

Em tão pouco tempo, conseguir enfrentar os melhores do mundo é um grande orgulho para mim. Apesar de ser um "novato" comparado com os meus adversários que são uns “veteranos", conseguir competir com eles dá-me uma vontade enorme de chegar mais longe. Apesar das dificuldades, sei que sou novo e que ainda tenho muito que aprender, mas o sonho prevalece e espero um dia ser tão forte como eles.

Hoje, com 21 anos e chamado à Seleção Nacional de Paracanoagem para participar na Qualificação Paralímpica e I Taça do Mundo de Pista, novamente na Hungria, como encara esse desafio?

Uma prova internacional, para mim, é sempre uma grande motivação, mas também uma responsabilidade, pois vou querer fazer o meu melhor para representar a nossa bandeira ao mais alto nível. E é sempre um desafio enorme competir com os mais experientes de entre vários países.

Este adiamento dos jogos acabou por lhe dar algum tempo para melhorar e treinar ainda mais ou, pelo contrário, vê a pandemia como algo que o prejudicou?

Na minha opinião a pandemia veio estragar um pouco as coisas, de modo geral, porque me resguardei um pouco no início, o que acabou por me prejudicar. Mas apesar disso, irei dar o meu melhor ao representar Portugal.

O mote da mensagem de Tóquio 2020 é “Hope fuels the flame” . Sente esta frase como um mote? “Hope fuels the flame" é uma definição que se aplica não só à a nossa vida profissional como pessoal, pois na minha opinião, para termos objetivos tem de haver esperança, para nos mantermos focados seja qual for o resultado. É já no próximo domingo que vai embarcar nesta aventura. Qual o estado de espírito?

Para ser sincero, tento não pensar muito pois fico sempre com um nervoso miudinho. Sei que irei dar o meu melhor e que me preparei. E vou desfrutar da oportunidade.

A Câmara Municipal de Águeda e o Centro de Formação Desportiva em parceria com a ARCOR, têm sido um pilar no seu crescimento e evolução enquanto atleta?

A Câmara Municipal de Águeda foi um pilar enorme no meu crescimento como atleta. Desde o início sempre foi muito gratificante toda a ajuda, não só da Câmara Municipal como do Centro de Formação Desportiva e do clube da ARCOR.

Agora, com a chegada da empresa FAJOTA enquanto novo patrocinador, é também uma grande ajuda para conseguir chegar mais longe, pois juntos somos mais fortes.

A ARCOR é a associação onde está desde o início da sua carreira. Como tem sido o ambiente de treinos e convívio com os colegas e treinadores, tanto em contexto de pandemia quanto após esta convocatória?

Já estou na ARCOR há 5 anos. Vivemos tanto momentos bons como maus, mas é normal, nada é perfeito. A vida continua e a luta mantém-se.

De momento estamos focados neste objetivo que se aproxima e com muito apoio de toda a estrutura da ARCOR. Todos os membros da associação me dão força e isso é muito gratificante. Não só a direção do clube, como o meu treinador, o senhor Paulo e todos os meus companheiros e amigos me apoiam.

E depois da competição? Já há planos para o futuro a curto e longo prazo?

Mesmo que não consiga a qualificação para os jogos de Tóquio, sei que darei o meu melhor e que ainda sou muito jovem e ainda tenho muito pela frente. Vou absorver o máximo de conhecimento e experiência possível nesta prova internacional. Depois, o foco é trabalhar para Paris 2024, para os jogos. Aí penso que já estarei num patamar de igualdade.

* Créditos da foto de capa: Lila Reis

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