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Xavier Barbosa: do pavilhão da Artística de Avanca para o pódio mundial do andebol

Atletas Ler mais tarde

Natural de Estarreja, foi em Avanca – onde cresceu – que Xavier Barbosa deu os primeiros passos no andebol. Foi ali, entre amigos e treinos no pavilhão da Associação Artística de Avanca, que descobriu a modalidade que viria a marcar a sua vida. Hoje, aos 20 anos, o internacional português é uma das jovens promessas do andebol nacional. Em junho, integrou a equipa que conquistou o segundo lugar no Campeonato do Mundo de Andebol Sub-21, na Polónia, alcançando o melhor resultado de sempre da Seleção Nacional neste escalão. Um feito notável que deixou marca no desporto português e no coração dos avanquenses. 

Xavier Barbosa iniciou o seu trajeto desportivo com apenas oito anos, influenciado por dois amigos que o desafiaram a experimentar o andebol. O gosto pela modalidade foi-se desenvolvendo lentamente e a paixão construiu-se ao longo dos anos, cimentada pela participação em torneios, o crescimento das amizades e o cultivar de memórias. “O que mais me encantava no andebol, a princípio, era a possibilidade de poder divertir-me com os meus amigos. Só depois de os amigos que me levaram para a Artística terem saído é que comecei realmente a ver a modalidade com outros olhos”. 

Ainda assim, o atleta reconhece que o seu percurso não seria o mesmo sem o apoio da família e amigos. “As minhas pessoas mais próximas sempre tiveram um papel muito importante. Ainda hoje, são eles que estão comigo para celebrar as vitórias e que também ajudam a fazer com que as derrotas não pesem tanto”. Recorda, com gratidão, a intervenção da mãe numa altura decisiva: “Quando os meus amigos mais próximos saíram da Artística, eu estive tentado a fazer o mesmo. Foi a minha mãe que me obrigou a ficar”. Essa decisão viria a ser determinante. “Foi o estímulo suficiente para eu ganhar uma paixão ao andebol que dura até aos dias de hoje”.

 

Também no plano desportivo, houve figuras determinantes ao longo do seu crescimento. Entre elas, o jovem destaca o nome de José Dias, treinador que o acompanhou desde os escalões de formação até à equipa B dos seniores. “Foi ele quem me ajudou a crescer como jogador e como pessoa. Marcou-me muito”, sublinha. 

A ligação ao clube de Avanca, uma das referências da formação desportiva na região, foi-se tornando cada vez mais sólida. Desde que integrou a equipa sénior, há cerca de quatro anos, tem contribuído com empenho para manter a equipa no principal escalão do andebol português. “Fico sempre extremamente feliz por conseguir manter o meu clube na primeira divisão. É um sentimento extraordinário”, realça. Representar a terra onde cresceu é um orgulho assumido e renovado a cada jogo. 

Esse sentimento de pertença ganhou outra dimensão com a convocatória para a Seleção Nacional. “A primeira vez que fui chamado à Seleção Nacional foi um choque, não estava nada à espera. Foi o treinador – eu já estava a treinar com os seniores na altura – que me disse, no final do treino, e eu nem estava a acreditar nas palavras dele”. O momento em que cantou o Hino Nacional pela primeira vez ficou gravado: “Fiquei com o corpo todo arrepiado”. 

A culminar esse caminho, chegou o Campeonato do Mundo de Sub-21, na Polónia, entre 18 e 29 de junho. A seleção portuguesa, após um percurso imaculado, com sete vitórias consecutivas, garantiu presença na final diante da poderosa Dinamarca, que acabaria por vencer por 29-26, alcançando o seu quarto título mundial. Apesar da derrota, o segundo lugar representou a melhor classificação de sempre de Portugal neste escalão – tinha sido terceiro em 1995.

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“Foi uma experiência incrível. Comparativamente ao Europeu de Sub-18 – competição em que também participei, em 2021 – era completamente outro nível. O profissionalismo que é exigido numa prova destas é imenso”, conta Xavier Barbosa, que não esconde a emoção de ter feito parte desta jornada. “Formámos um coletivo extraordinário, unido, que sempre acreditou que o ouro era possível. Apesar da derrota na final, acabámos por fazer história para a Seleção portuguesa. Todos saímos da Polónia cientes de que tínhamos dado o nosso melhor, e isso é o mais importante: jogadores felizes e público orgulhoso”. 

O feito não passou despercebido ao município de Estarreja que, a 11 de julho, recebeu o atleta nos Paços do Concelho, reconhecendo publicamente o mérito de quem, além de defender as cores nacionais, nunca deixou de representar com orgulho a sua terra. “Tenho sentido algum reconhecimento público, desde logo, pela câmara municipal de Estarreja, mas também por outras entidades”, admite o jovem.

A prata conquistada na Polónia é um símbolo de um caminho bem trilhado, mas também um ponto de partida para novos desafios. “Acho que devo encarar esta medalha como um fator de motivação para fazer mais e melhor no futuro. E já nesta próxima época, em que continuarei a representar a Artística de Avanca, é esse o meu objetivo”. O clube, por sua vez, continua a ver nele um dos rostos do seu projeto sénior, resultado de uma formação contínua que, ao longo dos anos, o moldou como atleta e pessoa. 

 

Xavier Barbosa está prestes a concluir a licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial na Universidade de Aveiro. “No primeiro ano de licenciatura, não foi nada fácil [gerir a carreira desportiva com o percurso académico], e o meu rendimento acabou por sofrer com isso. Mas a partir daí consegui organizar-me de forma a conciliar as duas coisas”. Este esforço revela-se tanto no campo como nos estudos, onde Xavier Barbosa reconhece a utilidade de muitas competências transversais. “Às vezes comparo o andebol à universidade. O desporto coletivo ensina-nos muito sobre trabalho em equipa, mas também sobre estudo. Hoje percebo que no andebol de alta competição também é preciso estudar – as jogadas, as equipas adversárias, estudares-te a ti próprio...”.

O futuro ainda está em aberto. Xavier Barbosa admite que, terminado o curso, poderá abraçar novas oportunidades no andebol ou, se tal não acontece, seguir para o mestrado. “Se surgir alguma oportunidade, seria com todo o gosto que agarraria a hipótese de dar o salto na minha carreira, jogar num clube maior e, quem sabe, lá fora. Mas sempre com os pés bem assentes na terra”. 

Num desporto onde os resultados são construídos ao longo de gerações, Xavier Barbosa acredita na evolução do andebol português. “Temos ficado sempre pelo pódio. Acho que estamos no caminho certo. Um dia, a conquista chegará. Todos nós competimos a alto nível e temos mentalidade vencedora”. 

A quem sonha seguir-lhe os passos, o conselho é simples: “Não desistam, continuem sempre a trabalhar. Fiquem com as referências dos jogadores que gostam e admiram. Tentem imitá-los, seja na mentalidade, algo que eles façam...”. Ele próprio cresceu a admirar figuras como Ivano Balić, lenda croata da sua posição, e o dinamarquês Mathias Gidsel, que considera o melhor da atualidade, bem como Cristiano Ronaldo, “cujo trabalho, dedicação e mentalidade ganhadora eu aprecio bastante”.

A história de Xavier Barbosa é, em última análise, um testemunho de como o talento e a perseverança, o apoio familiar e o enraizamento numa comunidade forte podem levar longe um jovem atleta. A Artística de Avanca, clube que o viu crescer, continua a ser o seu porto seguro, e Estarreja orgulha-se do jovem que, com humildade e ambição, carrega o nome da terra para os palcos internacionais. 

Entre o peso da camisola da Seleção e o carinho da camisola da Artística, entre as responsabilidades da universidade e os treinos que terminam noite dentro, Xavier Barbosa continuará a trilhar um caminho firme e promissor. 

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