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José Eduardo Ribeiro: o xadrez ajuda “a desenvolver a capacidade de raciocínio”

Modalidades

O Colégio Português, de Aveiro, está a revelar-se um verdadeiro mestre na arte de jogar xadrez. O clube, criado há 10 anos naquele estabelecimento de ensino, tem somado bons resultados atrás de bons resultados. E promete não ficar por aqui.

O professor José Eduardo Ribeiro é um dos rostos deste projeto, desde a primeira hora. Resolveu aceitar o desafio, quase por acaso, e foi “amor à primeira vista”. Dez anos depois, José Eduardo Ribeiro, licenciado de ensino básico, na vertente de educação física, fala com evidente satisfação no trabalho realizado e encara o futuro com grande otimismo.

O clube é um exemplo na modalidade, tendo sido recentemente distinguido com o estatuto de Clube Formador Grau 2 pela Federação Portuguesa de Xadrez. Neste momento, reúne mais de meia centena de praticantes, com idades compreendidas entre os 4 e os 20 anos, que todas as semanas se juntam nas instalações do Colégio Português. Prontos para fazer xeque-mate. Sempre.

O Clube de Xadrez do Colégio Português nasceu quando e porquê?

O Clube de Xadrez do Colégio Português surgiu na época 2008/2009 apenas com o intuito de oferecer, mais uma atividade pedagógica aos seus alunos. Este clube está também aberto a alunos de outros estabelecimentos de ensino. O primeiro grande momento deste clube foi a presença de um atleta nos Nacionais de Jovens que se realizaram em Portimão. De lá para cá a presença de atletas nos campeonatos nacionais tem sido uma constante.

O professor José Eduardo Ribeiro está desde a primeira hora neste projeto...

Sim, embora deva dizer que a oportunidade surgiu quase por acaso. Não era praticante na altura, hoje já jogo com regularidade, e lançaram-me o desafio para apoiar o nascimento do clube. Aceitei e posso dizer-lhe que até hoje tem sido uma experiência extraordinária.

O número de praticantes é sempre um fator relevante para se medir o dinamismo de uma modalidade. Neste ano letivo quantos jovens jogam xadrez com regularidade no clube?

Temos no total 51 praticantes, sendo que 10 são antigos alunos que mantêm o vínculo ao clube e que o representam nas provas do calendário nacional e distrital, 21 pertencem à turma avançada, nove pertencem à turma intermédia, apresentam já alguns conhecimentos, 11 com idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos estão a dar os primeiros passos na modalidade.

E as sessões de trabalho decorrem semanalmente nas instalações do Colégio Português?

Sim. O Clube de Xadrez do Colégio Português tem três horários diferentes em função do trabalho a realizar e do conhecimento da modalidade que os alunos apresentam. A turma avançada funciona às terças e sextas, das 18h30 às 20h30, a turma intermédia às terças e quartas, das 17h15 às 18h15, e a turma de iniciação às terças, das 14h30 às 15h30.

Qual o segredo para os bons resultados que têm vindo a obter?

O segredo do sucesso do Clube de Xadrez do Colégio Português assenta em quatro grandes pilares. Primeiro, nos nossos pequenos atletas que, sempre com enorme satisfação marcam presença nas aulas e representam o clube com enorme orgulho.

O segundo pilar assenta na excecional equipa de professores que trabalha todas as aulas com os nossos pequenos atletas, nomeadamente o professor Dinis Furtado, diretor técnico e que está connosco desde os primórdios do clube, o professor António Luís e a professora Vânia Coutinho, todos eles intrinsecamente ligados aos sucessos do clube.

O terceiro pilar são os pais, sem eles nada seria possível e são absolutamente indispensáveis, pois estão sempre presentes e prontos para dar o seu contributo para que tudo funcione bem em todos os momentos. Embora seja notória a importância de todos, saliento alguns que nos têm acompanhado mais de perto ao longo destes anos, o Jorge Paiva, o João Carlos e agora o Alexandre Almeida e o Ricardo Silva que fazem parte da direção do clube. Por fim, a direção do Colégio Português que nos apoia incondicionalmente nas decisões que são tomadas na preparação de todas as épocas desportivas.

A prática de xadrez tem vindo a crescer...

O crescimento tem sido sustentado e realizado de uma forma coerente e sempre com a finalidade de oferecer a todos os seus alunos os benefícios que o xadrez traz para o crescimento integral das crianças e jovens.

No nosso clube tem-se mantido o número de praticantes sem grandes oscilações. Mas o mais interessante é o vínculo que se mantém, mesmo depois dos nossos atletas, pelos mais variados motivos, deixarem de poder frequentar as aulas, mas que continuam a querer representar o clube que os formou enquanto xadrezistas. E temos os casos de dois praticantes que começaram aqui e já chegaram a mestres nacionais. O Francisco Veiga e o Henrique Paiva, que ainda hoje mantêm contacto connosco são dois grandes motivos de orgulho e, ao mesmo tempo, duas referências para os nossos jovens.

De que forma é que a prática de xadrez pode ajudar um aluno a obter um melhor rendimento escolar?

Os benefícios do xadrez traduzem-se numa aprendizagem muito equilibrada. Crianças que jogam xadrez desenvolvem a criatividade, a autoestima, a concentração e o respeito pelo outro, mas não só. A verdade é que se existe um jogo capaz de ajudar uma criança a desenvolver a capacidade de raciocínio e criar relações saudáveis, é o xadrez.

Verdadeiros aliados da aprendizagem infantil, os benefícios do xadrez são reconhecidos pela Unesco, que recomenda a sua prática em ambiente escolar, como uma ferramenta pedagógica. Trata-se de um jogo de tabuleiro que implica colocar à prova múltiplas alternativas, prevendo os gestos do adversário, supondo-se a aplicação de estratégias em função do objetivo a alcançar. Fomenta também, aspetos intelectuais e recreativos ao mesmo tempo que promove a socialização e o respeito pelas normas. Ao analisar as várias hipóteses de jogo e sintetizar a mais apropriada, o jogador desenvolve ainda o pensamento crítico. De um modo geral, os aspetos promovidos pelo xadrez facilitam a aquisição de outros conhecimentos. Assim, esta atividade promove a aprendizagem, a concentração, ajudando a criar crianças e jovens mais despertos, mais equilibrados, mais saudáveis.

Faltará, talvez, uma maior exposição mediática do xadrez, em comparação com outras modalidades. O que acha que pode ser feito para melhorar essa condição?

O xadrez é um desporto que devido às suas características intrínsecas nunca será um desporto de massas, apenas no que se refere à vertente dos adeptos.

O xadrez é iminentemente um desporto de praticantes e apenas quem o faz regularmente é que sente satisfação em fazê-lo e daí é que poderá a advir a tal exposição mediática, ou seja através da massificação do xadrez.

O aumento o número de praticantes, aproveitando talvez as vantagens comprovadas para a aprendizagem do desporto, através de iniciativas do Governo central, das autarquias, da Federação Portuguesa de Xadrez ou até mesmo dos clubes poderá forçar a que todos olhemos para o xadrez com outros olhos. Todos gostamos de desporto, seja como adeptos ou como praticantes, mas já é tempo de começarmos a olhar para outras modalidades e fugirmos um pouco do que é mainstream

No caso particular do Clube de Xadrez do Colégio Português, qual será o grande desafio num futuro próximo?

Recentemente, fomos distinguidos pela Federação Portuguesa de Xadrez com o estatuto de Clube Formador Grau 2, o que é um motivo de orgulho para todos os que estão envolvidos neste projeto. Mas não queremos ficar por aqui. Queremos continuar a proporcionar e criar condições para que os nossos atletas evoluam dentro da modalidade e enquanto seres em desenvolvimento, e contribuir de forma positiva para a evolução do xadrez não só na instituição Colégio Português, mas também a nível distrital e nacional.

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