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Ana Manuel: “É tão bom temperar a vida com uns pozinhos de perlimpimpim”

Artes

Ana Manuel Castro formou-se em gerontologia, na Universidade de Aveiro, e foi nesta área que trabalhou até novembro de 2020. Aí decidiu abraçar o sonho de se dedicar inteiramente a um projeto pessoal que já começava a tomar boa parte dos seus dias.

Aos 26 anos, esta jovem ilhavense é a cara, o corpo e alma da Mafarrica, uma empresa de animação para crianças, que se tem vindo a especializar no universo das princesas, na meticulosa recriação das suas roupas e nas inesquecíveis canções que eternizaram as suas histórias.

Bem vistas as coisas, foi a música quem primeiro lhe deu palco, quem lhe trouxe o teatro e a apresentou ao mundo das animações para a infância. A sua primeira paixão, no entanto, foi outra.

Desde cedo que Ana Manuel gosta de cantar e de representar – participou nalgumas peças de teatro de revista no GRAL – Grupo Recreativo Amigos da Légua –, envolveu-se em projetos escolares ligados ao teatro e fez parte de um clube de leitura. Ainda assim, o interesse por estas áreas nunca foi suficiente para, na infância e na adolescência, querer dedicar-se a aprofundá-las. “Tenho a certeza que se tivesse dito aos meus pais que queria aprender música, ter aulas de canto ou formação em teatro, eles mo teriam permitido. Mas a verdade é que nunca o fiz”, conta a ilhavense, em entrevista à Aveiro Mag. Naquela época, o que a apaixonava era a expressão corporal, especialmente, a dança, disciplina que praticou, sob a orientação de Mariana Curado, por mais de dez anos.

Mas a música insistia em não abrir mão dela. Ao entrar para o grupo de jovens da paróquia de Ílhavo, em 2010, a sua aptidão natural para o canto ganha novo destaque e Ana é desafiada a juntar-se ao coro da igreja. Esta atividade não só a leva a participar ainda mais ativamente na vida daquela comunidade, como lhe impõe uma nova rotina na qual a música ganha maior protagonismo.

No seio daquele grupo de jovens, o talento de Ana era bastante elogiado. “Quando estamos em grupo, toda a gente canta, independentemente de cantarmos bem ou mal. Mas quando te começam a dizer que cantas bem, ganhas outra confiança, outro à-vontade”, descreve.

As primeiras experiências de palco chegariam algum tempo depois, com a Pasteleira Roque Bande, um projeto musical de covers que revisitava alguns dos mais incontornáveis temas do rock português. Nos primeiros tempos, era António Pedro Neves que dava voz à “Pasteleira”. A banda contava ainda com Luís Almeida, na guitarra, João Areias, no baixo (instrumento que, mais tarde, seguiria sob a responsabilidade de Pedro Costa), Rui Morgado, na bateria (mais recentemente, Ricky Barcelos viria a assumir as baquetas) e uma “praticamente irreconhecível” Ana Manuel a assegurar os coros.

Quem vê os registos dos primeiros concertos da “Pasteleira”, repara numa Ana tímida, algo cabisbaixa, que canta com as mãos nos bolsos e raramente abandona o fundo do palco. Postura e atitude bem diferentes daquelas que se lhe reconhecem, hoje em dia, em todos os projetos performativos a que dá cara e voz.

A que se terá devido, então, tamanha mudança? “Algo mudou em mim repentinamente, não sei precisar o momento. Percebi que, de facto, sabia cantar e que não era assim tão descabido ter mais destaque”, conta a jovem ilhavense. De um momento para o outro, Ana passou a habitar a frente do palco, mesmo junto à plateia e logo atrás da bicicleta que dera nome à banda e que os acompanhava a cada atuação. De microfone em punho e ao lado de Freddy Moreira (que tinha vindo ocupar o lugar de António Pedro como vocalista) passou a cantar mais de duas dezenas de canções por espetáculo.

Esta experiência enquanto vocalista da Pasteleira Roque Bande trouxera-lhe firmeza e tarimba de palco, mas Ana começava a sentir falta de formação técnica. “Aprendi que cantar continuadamente sem o fazer de forma correta é das piores coisas que se pode fazer à voz e não queria correr esse risco”. Na OMA – Oficina de Música de Aveiro – e, especialmente, na vocal coach Ana Oliveira (Kika), a jovem ilhavense encontrou o acompanhamento de que estava à procura. Foi também na OMA que Ana participou naquela que viria a ser a primeira versão de um espetáculo muito especial que, com a sua ajuda, dura até aos dias de hoje.

É que naquele ano letivo, a proposta da escola para os alunos de Canto e Coro Criativo consistia na construção e apresentação de um musical dedicado ao universo dos filmes de animação. Ora, para quem, como Ana Manuel, havia crescido com aquelas personagens, para quem tinha completado a coleção dos filmes e já os havia visto vezes sem conta, para quem conhecia as histórias de cor e ainda guardava escrupulosamente gravações suas a cantar aquelas canções, aquele projeto “parecia obra do destino”. Ana recorda uma produção low-budget, sem direito a perucas, com figurinos costurados em casa, “coisas muito mal-amanhadas”, mas que lhe deram imenso gozo.

Pouco tempo depois, inspiradas por este espetáculo, Ana Manuel e Kika formam os PALCOa4, juntamente com Sandra Magalhães e Jonathan Margarido, curiosamente, também ele gerontólogo. “Foi o meu primeiro grande projeto na área do teatro musical”, recorda Ana. De palco em palco, o projeto foi evoluindo a bom ritmo, com apresentações diferentes, colaborações pontuais e participação em eventos. “É um investimento contínuo”, explica Ana Manuel. “Num ano, investe-se em melhores figurinos e acessórios; no ano seguinte está a investir-se para melhorar os cenários...”. O que o grupo faz questão de manter é o espetáculo musical sobre os filmes de animação, cujo nome tem oscilado entre “Uma viagem encantada” e “Viagem a um mundo encantado”.

Foi este projeto, e as pessoas que, através dele, foi conhecendo ao longo do tempo, que transportaram Ana Manuel para os universos das animações para crianças e do cosplay. Estes, por sua vez, levariam ao nascimento da Mafarrica, em 2018.

Cosplay é a abreviatura de costume play. Numa tradução livre, significa “representar fantasiado”, isto é, usar as indumentárias, maquilhagem e acessórios necessários a ficar o mais parecido possível com determinada personagem. Depois, é só interpretar essa mesma personagem, tendo em atenção a maneira como fala, como se comporta, a sua história e o seu contexto.

Quando Ana Manuel arranca com a Mafarrica, o projeto ainda não tinha o seu foco nas princesas. “Eu era pau para toda a obra”, recorda a ilhavense, entre risos. “Se uma criança queria uma festa com duendes que caíram numa poça de água e ficaram cheios de lama, eu criava essa personagem ao pormenor. Rapidamente percebi que estava a ser tola”. De facto, não era viável criar uma personagem diferente para cada criança. Um ano depois, Ana já dispunha de uma lista com as personagens que punha à disposição dos mais novos e, em 2020, decidia especializar-se no universo das princesas dos filmes de animação.

O projeto tem evoluído a olhos vistos não só no número de personagens que Ana se propõe encarnar – a Mafarrica começou com apenas três personagens fixas e, hoje, são doze as princesas disponíveis –, mas também no que concerne à qualidade dos figurinos. “Isto do cosplay é um pouco como a tecnologia. Se queres andar sempre na crista da onda, estás sempre a investir”, explica Ana Manuel. Apesar disso, confessando-se uma perfecionista inveterada, é com convicção que afirma: “Se o nosso serviço só tem princesas, então as nossas princesas têm de ser as melhores”.

“A ambição é sempre ser o mais fiel possível à imagem que as crianças conhecem” de forma a esbater a fronteira entre a ficção e a realidade, acrescenta.

A mais requisitada pelas crianças é, “de longe”, Elsa, a Rainha do Gelo. “Toda eu sou «Já passou» ”, brinca Ana Manuel. “Nunca me escapo de cantar o «Já passou». É muito raro fazer uma animação, mesmo de outra princesa qualquer, em que não me peçam para cantar este tema. Certamente, é a canção que eu mais vezes cantei em toda a minha vida”.

Ana acabou de estrear a Bela Adormecida, está prestes a trazer uma nova versão de Elsa (personagem da qual são já conhecidos, pelo menos, três ou quatro figurinos diferentes com os respetivos penteados), e já recebeu mensagens a perguntar por Raya, a mais recente princesa dos filmes de animação, cuja história só há poucas semanas estreou nos cinemas.

Se a maioria das caracterizações são motivo de orgulho para Ana, outras, assume, precisam de ser repensadas. “Uma que, para mim, não está boa, é a da Pequena Sereia. As crianças já não caiem naquela artimanha de lhes dizer que sou uma sereia ao mesmo tempo que estão a ver-me as pernas”. A solução, felizmente, parece estar ao alcance de um novo traje: “Vou deixar de ter a versão sereia para passar a ter a versão princesa, depois de ela deixar o mar”, antecipa a cosplayer.

Para Ana Manuel, a pandemia acabou por não trazer só coisas más. Se, por um lado, a agenda sofreu várias alterações – muitos dos serviços agendados foram cancelados ou adiados –, por outro, os períodos de confinamento trouxeram novos seguidores espalhados um pouco por todo o país, o que tem ajudado a afirmar o projeto a nível nacional. “Nos próximos meses, já tenho serviços marcados para o Algarve, Guimarães e Castelo Branco”, relata.

Já no que respeita aos serviços prestados, a pandemia acabou por trazer importantes oportunidades de reinvenção à Mafarrica. Surgiram as videochamadas e as mensagens personalizadas, bem como os “encontros reais”, momentos de conversas, canções, passeios e brincadeiras dedicados a uma única criança, numa “dinâmica mais personalizada” e onde, por comparação às habituais animações em contexto de festa de aniversário “há espaço para uma maior intimidade”.

Estes “encontros reais” realizam-se ao ar-livre, em parques, jardins, zonas de lazer ou até mesmo na praia e, por norma, duram de meia hora a 45 minutos. Ainda assim, conta Ana Manuel, “por mais que eu leve a estrutura do encontro pensada, é quase certo que não vai ser exatamente dessa forma”. Há sempre algo que desperta a atenção da criança, que faz surgir uma pergunta, que lembra uma canção ou motiva uma conversa. “Não se consegue virar costas”, afirma. Não raras vezes, o encontro acaba por estender-se por mais tempo. “Uma vez, no parque da cidade, em Aveiro, só ao anoitecer é que nos viemos embora. E pela criança teríamos ficado mais tempo”, recorda.

Ainda que a natureza destes encontros se baseie no um para um, isto é, na interação entre a criança e a sua princesa de eleição, pelo menos, um dos progenitores está sempre presente. A Mafarrica faz-se acompanhar de uma coluna portátil para garantir que há sempre música no ar, de um pequeno livro com a história da princesa, entre outros elementos. A proximidade criada com a criança é, no entender de Ana, “o segredo do encontro”. “Imagine-se um cenário em que uma criança vidrada na Pequena Sereia está na praia, sentada ao lado dessa princesa, a ler a sua história ou a cantar as suas canções. É um momento que não mais se esquece”, assevera.

Não fosse pelas condicionantes e limitações trazidas pela crise sanitária, este modelo de encontros não teria surgido. Mas se apareceram como remedeios para um tempo difícil, a verdade é que acabaram por tornar-se mais-valias para o projeto. O país já começou a desconfinar e, possivelmente, a médio prazo, a Mafarrica até poderá retomar as animações coletivas em aniversários e outros eventos. No entanto, Ana não pondera terminar com as videochamadas, as mensagens personalizadas em vídeo e, muito menos, com os “encontros reais”.

Se as animações em eventos já eram rigorosas, estes encontros personalizados exigem “um jogo de cintura ainda maior”. São exercícios de improvisação intensos e que requerem uma preparação cuidada, ainda mais, sabendo que o público – as crianças – está “sempre atento a tudo”.

“Não lhes escapa nada!”, garante Ana Manuel, a quem a experiência já ensinou que não deve arriscar ir para um serviço de animação sem ter presente cada pormenor da história da princesa que vai interpretar. É, de igual forma, importante apanhar os seus trejeitos, gestos e expressões, e, claro, ter as canções na ponta da língua. Para isso, desde que assumiu a Mafarrica a tempo inteiro, Ana obriga-se a rever, pelo menos, um filme de princesas por semana.

Antes de cada encontro ou evento, a Mafarrica solicita aos pais que preencham um formulário onde recolhe “algumas informações imprescindíveis”. Este questionário serve essencialmente para Ana conhecer a criança, as suas brincadeiras favoritas, as suas conquistas mais recentes, algum acontecimento que a tenha deixado triste ou um assunto ou dinâmica familiar que deva evitar trazer à conversa.

Finalmente, é ainda necessário “perder horas a pesquisar jogos e dinâmicas alusivas àquele imaginário que possam enriquecer os encontros”.

Nas dinâmicas com a Mafarrica, as crianças entregam-se ao jogo do faz-de-conta e deixam que aquele imaginário as envolva e preencha; vivem aqueles momentos sem desconfiar (ou, pelo menos, brincando como quem não desconfia) que a sua princesa favorita existe de verdade e até tirou um tempinho dos seus afazeres de princesa para vir passar um bocadinho com elas. “Sinto que o trabalho de concretizar sonhos é mesmo importante e é tão bom poder temperar a vida com uns pozinhos de perlimpimpim”, reitera.

No final de cada serviço, a maior recompensa está no sorriso rasgado e no brilho que cintila nos olhos dos mais novos. “Pode parecer um chavão, uma frase-feita repetida por muitas pessoas que trabalham de perto com crianças, mas a verdade é que recebes mesmo muito mais do que aquilo que dás”, admite Ana Manuel. Mesmo colegas de Ana, a quem a ilhavense recorre sempre que lhe solicitam mais do que uma personagem, terminam os serviços com um sorriso no rosto, gratos por poderem ter participado daquele momento especial.

À conta da especialização em princesas, já houve quem, nas redes sociais, apontasse o dedo à Mafarrica como sendo um projeto só para meninas. Ana recusa essa acusação. “É um projeto para crianças que gostam de sonhar que trabalha com um leque de personagens específico – as princesas –, mas não é por isso que tem de ser só para meninas. Se um rapaz gostar deste universo, se gostar de brincar neste imaginário, obviamente, este projeto também é para ele”.

Este contacto próximo com os mais novos de que Ana tem usufruído desde que fundou a Mafarrica, permite-lhe perceber o impacto que os filmes de animação exercem sobre as crianças, as emoções que lhes despertam e os exemplos que lhes transmitem. No entender da animadora, “o mundo das princesas tem um espectro de personalidades tão grande que cada criança pode facilmente identificar-se com aquela que lhe diz mais. A Merida ou a Vaiana, por exemplo, são princesas aventureiras, destemidas, que enfrentam os seus medos, honram a sua família e o seu povo e provam ter todas as capacidades para se tornarem líderes. Isto não pode inspirar um rapaz?”, questiona Ana Manuel.

Nos últimos anos, as histórias das princesas clássicas têm sido fortemente criticadas por serem antiquadas, por sugerirem às crianças cenários que não se coadunam com os valores da sociedade dos dias de hoje e por perpetuarem estereótipos de género. Nas histórias mais antigas, as princesas são apresentadas como jovens indefesas, que vivem vocacionadas para um casamento salvífico, enquanto esperam a chegada do príncipe encantado; são histórias em que a beleza é a causa de todos os problemas ou a solução para cada desventura.

Obviamente, personagens mais recentes, como aquelas a que Ana faz referência, são corajosas e independentes, mas se é verdade que as imagens que as crianças veem no ecrã ajudam a definir sua personalidade, se existe, nos mais novos, a tendência para buscarem referências naquelas personagens, será saudável apresentar-lhes estes filmes? Há muitos pais que consideram que não, que é preferível as crianças não serem expostas a histórias que poderão exercer sobre eles alguma influência negativa.

Ana, todavia, prefere encarar a questão com uma visão mais educativa do que restritiva. A jovem reconhece que “há filmes que são ridiculamente machistas”, mas entende que, ao invés de proibir estas histórias às crianças, as mesmas devem ser apresentadas com o apoio de um adulto que as questione, que ajude a contextualizar e que as esclareça. Se assim for, as crianças não só vão conseguir divertir-se na mesma como vão estar a aprender.

“É útil mostrar-lhes que, antigamente, as coisas eram assim, mas que agora não têm de ser, que hoje há espaço para sermos o que quisermos e vivermos de forma diferente”. O histórico de evolução dos filmes de animação, em especial, as histórias das princesas, podem até funcionar como um retrato da evolução dos direitos das mulheres e dos papéis de género e isto, considera, pode ser interessante de explorar com os mais novos.

Ana Manuel mantém outras atividades ligadas à música e ainda recentemente foi convidada para integrar o coro que gravou o hino das Jornadas Mundiais da Juventude de 2023, em Lisboa.“No final da versão portuguesa, há lá uma vozinha a solo que sou eu e, na versão internacional, canto a primeira estrofe, em inglês”, partilha, orgulhosa por mais esta conquista.

Apesar de ser apaixonada pelo seu trabalho junto das crianças, Ana confessa não querer desligar-se totalmente da gerontologia, referindo “a estimulação cognitiva e o trabalho de acompanhamento das pessoas com demência” com áreas que continuam a despertar-se interesse. Quem sabe o que o futuro reserva a esta jovem ilhavense. Por ora, é a própria a garantir: “É a Mafarrica que me faz feliz”.

Fotos: Cíntia Thurler

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