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O Genocídio Arbóreo Aveirense

Opinião

João Almeida*

Está em curso mais uma obra que assenta na destruição do património arbóreo aveirense. Após o golpe inicial nas árvores junto ao edifício do Tribunal, cuja justificação foi possuírem a “copa alta”, a devastação do arvoredo urbano continua a revelar-se um dos princípios de atuação do atual executivo municipal.

É no projeto do Rossio, na Rua da Pega, nas 5 Bicas, na Rua do Carmo, no centro de Esgueira e desta feita, junto à Escola de São Bernardo. Os moradores e as associações cívicas do concelho estão a tentar travar este abate através dos meios legais ao dispor, mas a batalha não se afigura fácil dado o diferencial de recursos, tanto em termos financeiros como também no número de horas que é necessário dedicar à causa.

Em relação a este projeto em concreto, os moradores já se tinham mobilizado há uns meses para promover uma petição que impedisse o abate daquelas árvores. Quase 500 pessoas assinaram a petição, mas para a Câmara Municipal foi como se nada se tivesse passado. Não há qualquer tentativa de diálogo ou de compromisso com os cidadãos aveirenses, evitando-se estabelecer consensos sobre as obras a realizar ou sequer a transparência de as revelar na sua totalidade.

A participação cívica é um estorvo para este executivo. O cidadão empecilho é um alvo a abater, tal como as árvores e os animais errantes do concelho, procurando silenciá-lo através de acusações difamatórias e falsas ligações obscuras. Esperemos que a mobilização tenha efeito e que se consiga reformular este projeto para salvaguardar os interesses dos moradores e dos alunos, professores e funcionários da Escola de São Bernardo. Tal foi possível por exemplo em Viana do Castelo, em que a Associação de Moradores do Cabedelo conseguiu travar o projecto num primeiro momento, e posteriormente com colaboração dos municípes, o PAN interpôs uma acção jurídica que suspendeu novamente o abate dos plátanos na Avenida do Cabedelo.

Infelizmente, este espírito dendroclasta não é exclusivo do município aveirense, tendo-se revelado uma tendência preocupante um pouco por todo o país, desde Vila Real a Espinho, onde se sucedem os abates injustificados à boleia dos fundos europeus para a requalificação do espaço público. Estes fundos visam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos nos centros urbanos, o que entra em clara contradição com este dizimar cego de tudo que o não mexe, mas dá sombra, oxigénio, sequestro de carbono e outros poluentes, regulação térmica, abrigo de biodiversidade, etc.

É urgente travar esta devastação das árvores em Aveiro. Por esse motivo, o PAN irá dar entrada de uma proposta de recomendação na próxima sessão da Assembleia Municipal, com o objetivo de ajudar a proteger e conservar o património arbóreo do concelho. Esta proposta passa pela construção de uma plataforma de georreferenciação e monitorização de todos os exemplares arbóreos em espaço público do município, fornecendo mais informação aos cidadãos, permitindo o registo de ocorrências e limitando o abate de árvores a situações de risco.

Esta mesma proposta foi apresentada no Município de Faro há pouco mais de um mês, tendo sido aprovada por larga maioria, apenas com a abstenção da CDU. Esperemos que haja o mesmo bom senso em Aveiro.

* Comissão Política Concelhia do PAN - Pessoas - Animais - Natureza de Aveiro
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