AveiroMag AveiroMag

Magazine online generalista e de âmbito regional. A Aveiro Mag aposta em conteúdos relacionados com factos e figuras de Aveiro. Feita por, e para, aveirenses, esta é uma revista que está sempre atenta ao pulsar da região!

Aveiro Mag®

Faça parte deste projeto e anuncie aqui!

Pretendemos associar-nos a marcas que se revejam na nossa ambição e pretendam ser melhores, assim como nós. Anuncie connosco.

Como anunciar

Aveiro Mag®

Avenida Dr. Lourenço Peixinho, n.º 49, 1.º Direito, Fracção J.

3800-164 Aveiro

geral@aveiromag.pt
Aveiromag

Lulu, quem és tu?

Opinião

José Nuno Amaro

Kinjolas, A última Famel, Famel Top Secret, Bluefin, o que têm todas estas marcas em comum? Um rapaz com uma imaginação do tamanho do mundo, em que tudo o que não pode ser feito, ele inventa. Provavelmente, estarão a pensar em algum cientista ou engenheiro espacial, mas não, é mesmo do Pedro Anjos que estamos a falar. O Pedro, “mundialmente” conhecido como Kinjolas, e ainda mais abreviado para os amigos, Kin, e será assim que o irei tratar ou retratar daqui para a frente.


Quem o conhece como eu, desde puto, sabe que ele é genuíno, de trato fácil, mesmo que, por vezes, tenha um feitio de m####, mas nunca, repito, nunca deixou de ser ele mesmo, com um sorriso que conquista qualquer um(a). E basta ele começar a voar na sua imaginação que a quem estiver por perto é garantido seguir viagem e entrar naquele filme, mesmo que não tenha tirado bilhete. Mas desta vez tínhamos ingresso e era para a antestreia do seu novo filme, Lulu.
Falo do criador dos famosos filmes “A última Famel” e “Famel Top Secret”, que foram um excelente cartão de visita daquilo que o Kin tinha em mente, juntando a sua imaginação/encenação a um dos ícones motorizados da sua terra, sempre o epicentro das suas motivações “holliwoodescas", Águeda-a-Linda, que iremos deixar para falar mais lá à frente.
O seu primeiro filme tornou-se até na obra de ficção portuguesa com maior número de visualizações no Youtube, tal foi o sucesso. Quem não viu que faça uma pesquisa e terá um agradável surpresa, dada a quantidade de tesourinhos de que provavelmente já ouviu falar, mas não saberia onde começaram - talvez o mais famoso seja o “fod#-se, a mota é linda”, um anacronismo para a marca FAMEL, que correu mundo e, claro, tornou ainda mais interessante o enredo de tal filme.
Nesse, como em todos os filmes realizados pelo Kin, há algo que só ele tem o dom de fazer, ao conseguir transformar em atores todos aqueles que sejam vistos como a pessoa certa para vestir a pele da personagem. Portanto, tenham cuidado cruzarem-se com o Kin: ainda correm o risco de vos transformar num “Brad Pitt” ou numa “Angelina Jolie” do seu próximo filme. Ah, nesses não, porque já o fez, mas quem sabe num outro famoso da sétima arte. Foi para escrever uma crónica do seu novo filme, Lulu, que me convidaram, no entanto, não vou ser nenhum spoiler e continuarei a falar dele, pode ser?
Bem, se já falámos que os seus atores são escolhidos da sua vivência diária, vestindo-lhe, depois, a pele das suas personagens. Não nos enganamos quando vimos gente famosa do écran a contracenar com o amigo do stand, que até emprestou as máquinas para o filme, o irmão Rui, que é presidente do RDA, a vestir a pele de presidente do RDA, ou, imaginem, até atores brasileiros famosos das novelas a contracenar com a comunidade cigana de Águeda, onde tudo o que vendem é exclusivo e pessoal, jamais irão ver outra peça igual no mercado. Diga-se, desde já, que a performance destes ilustres foi excelente - presto-lhes a minha homenagem pois, são os ciganos que conheço que melhor souberam ajustar-se à vida da nossa comunidade, sendo respeitados e respeitadores de todos nós. Um abraço especial para eles.
Mas, por muito que queiram não falo do Lulu, mas sim do Kin. Aqui, até vou chamá-lo de Pedro, para parecer mais sério o assunto…
O Pedro tem uma vida cheia de aventuras e vivências, e ao ver o filme entendemos a sátira que ele nos propõe a esta vida de “faz de conta” que nos rodeia, mas aqui as personagens são todas elas vividas na primeira pessoa, dos prazeres aos fracassos, onde os erros cometidos e assumidos deram lugar a um ser estranhamente amadurecido, porém, longe de se ter transformado naquilo que a sociedade teimava em o transformar. Nunca vergou e mantém toda a magia que sempre nos soube dar.
Se vão à espera de ver um filme altamente bem apetrechado de meios e efeitos, fiquem em casa. Se querem ver uma pequena síntese de uma vida tão cheia de coisas boas, todas elas retratadas em cada uma das personagens que por ali pululam, numa espécie de mix dos bem antigos Zé Gato e Duarte e Cia - talvez os que melhor retratam esta forma de o Pedro fazer cinema -, então vão. Ao dizer isto, é com orgulho que coloco os seus filmes ao nível destes blockbusters portugueses dos anos 80 - pessoalmente, são os de que mais gosto.
Mas quando me referia ao Pedro deste Lulu, estranhamente mais maduro, é porque, ao querer tanto mostrar os efeitos deste show off burlesco da sociedade, se anulou a ele mesmo, passando essa sátira toda para as personagens que o rodeiam. E só posso avaliar essa mudança como um sinal para o novo Pedro que aí se avizinha, sempre genuíno (é assim que o vejo). Parabéns, deste o pulo, entre um Sushi e um Mexicano, mostraste que pensar grande não é deixar de viver as pequenas coisas, que os atores somos nós, na vida que criamos, e tu, melhor que qualquer outro, soubeste sempre transformar a tua vida num filme diário.
Mas vamos lá voltar ao Lulu, o qual não irei comentar, nem que me obriguem a contar uma das “estórias” que mais gosto de lembrar quando estou com o Kin (viram o pormenor? mudar de personagem, mantendo o mesmo perfil. Aprendi com o realizador). Deixem-me contar (acho que o ator principal não se vai chatear). Numa das suas viagens pelas ilhas espanholas, mais precisamente Ibiza, e depois de, como sempre, se ter socializado num grupo de gente divertida, vulgo milionários, Kinjolas torna-se o centro das atenções - ora eram umas piadas, ora mais uma encenação perfeita do verdadeiro Kin. Depois de já ter dado a volta a todos para o pagamento de rodadas de champanhe, é quando o Kin se vê na posição de ter de o fazer. Nisto, grita bem alto, “esta é por minha conta…” ao que todos rejeitam que o faça, pois ele era o convidado de tão ilustre gente. Ainda assim, ele firmemente saca do cartão e volta a reforçar a sua vontade em fazê-lo, mas sem sucesso, uma vez que todos lhe negam essa oportunidade. O Kin, já mais calmo, sem mostrar o quanto aquilo que lhe ia custar, arruma calmamente o seu cartão no bolso. Era, afinal, um cartão de descontos, daqueles que se usam para guardar pontos e trocar por compras em qualquer hipermercado, daria muito jeito no regresso a Portugal. Sublime, cheio de coragem e mais do que tudo, um à-vontade de quem domina o mundo, o seu mundo.
Não me esqueci de falar de Águeda, a sua terra de coração, nem da excelente família que o acompanha em todas estas aventuras, fi-lo propositadamente, para que entendam que este filme é a amalgama de coisas que enchem o coração do Pedro Anjos, aka, Kinjolas, Kin, ator, realizador, aventureiro e amigo, é a forma que ele tem de nos mostrar o quanto gosta, de ti, de mim e de todos os que se cruzam e irão cruzar na sua fantástica vida.
Como se diz na gíria teatral, Lulu, vai à m****… apesar de eu preferir a outra do break a leg, mas pronto.
Já agora, sabem como se chama a uma pessoa que tem a casa cheia de champagne? É um Champa…., ah, vão é ver o filme e não me chateiem mais.
Automobilia Publicidade

Deixa um comentário

O teu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são de preenchimento obrigatório.