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Micro-reservas da Associação BioLiving atingidas pelas chamas

Ambiente

Os incêndios que lavraram na passada semana nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Estarreja e Albergaria-a-Velha causaram consideráveis impactos nas duas micro-reservas para a conservação da natureza geridas pela Associação BioLiving. As duas propriedades – Fonte do Cabreiro e Marçaneira – são geridas pela Associação desde 2016 e 2018, respetivamente. Localizadas na freguesia de Canelas, em Estarreja, as duas propriedades são pequenos oásis de biodiversidade insertos num mar de eucaliptos e foram fundamentais para proteger as populações (humanas e animais) do pior.

A Fonte do Cabreiro consiste de um bosque nativo que é atravessado por uma pequena ribeira que, com os incêndios a montante, estava quase seca. Nesta área, a BioLiving mantinha o seu pequeno viveiro florestal, com centenas de espécimes nativos que serviriam as plantações do próximo inverno, um telheiro onde dinamizavam atividades, e um pequeno armazém de alfaias e materiais, como enxadas, picaretas, ancinhos, luvas e mangueiras, que usavam nos trabalhos de restauro ecológico. O viveiro, o telheiro e o armazém foram destruídos, ao localizar-se numa parte limítrofe da propriedade, colada a um eucaliptal vizinho, onde o incêndio ardeu com violência, numa frente que vinha de norte. Depois de consumirem estas áreas logísticas, as chamas encontraram o bosque nativo plantado pela BioLiving em março de 2016, e aí parou, depois de chamuscar as duas primeiras filas de arvoredo.

Uma segunda frente, vinda de sul, encontrou o lado oposto do mesmo bosque, que também desse lado travou as chamas, impedindo o seu alastramento para junto de casas e hortas nessa região.

A menos de um quilómetro da Fonte do Cabreiro, a BioLiving gere terrenos que formam a Reserva da Marçaneira, uma antiga área de eucaliptal que o grupo de ambientalistas e biólogos vinha a converter para floresta nativa, com a ajuda de dezenas de voluntários. Esta área fica numa intrincada rede de eucaliptal que ardeu por completo. As chamas foram travadas pelos charcos para a vida selvagem que a Associação tinha construído, pela vegetação nativa que tinham plantado, bem como pelos carvalhos que preservavam como santuários para a vaca-loura, uma espécie protegida de escaravelho.

O cenário é dantesco e desolador. No entanto, apesar dos severos danos, de um mar de cinzas ergue-se a vegetação nativa, bombeira, que protegeu a fauna local e evitou o pior.

A BioLiving há muito que alerta para o perigo dos extensos quilómetros de eucaliptal ininterrupto, e maioritariamente mal gerido, que cobrem esta região do país. Este episódio demonstra claramente a importância, por um lado, da floresta nativa para a segurança das populações humanas e selvagens, e, por outro, a necessidade de uma gestão florestal pensada à escala do território e não da propriedade. Na opinião da BioLiving, os grandes incêndios, como estes, que consumiram mais de 2500 hectares de monoculturas ininterruptas, dificilmente cessarão se não se implementarem soluções de compatibilização do ordenamento florestal industrial com a conservação e valorização dos valores naturais endógenos.

Uma vez que todas as receitas da associação são reinvestidas em programas de conservação da natureza e de educação ambiental, a BioLiving necessitará agora de ajuda para reparar os danos, adquirir as ferramentas ardidas e reconstruir o telheiro e o armazém, estruturas fundamentais para prosseguirem a sua atividade pedagógica e de intervenção para o restauro ambiental. Ainda este verão, a Associação abrirá um programa de voluntariado para dar início à reparação dos danos, que, ao longo do tempo, incluirão a construção de mais reservatórios de água, plantações, controlo de espécies invasoras e a reconstrução das infraestruturas, que dependerá de apoio externo.

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