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Simão Pedro e o sonho de ser o melhor piloto português de Downhill

Atletas

O Simão Pedro tem 7 anos, vive no Bonsucesso, em Aveiro, e nele cabem todos os sonhos do mundo. O maior é ser o melhor piloto português de Downhill, uma variante da Mountain Bike que tem cada vez mais praticantes em Portugal. O Simão Pedro anda apenas há um ano de bicicleta, mas a evolução registada em tão curto espaço de tempo permite-lhe sonhar com grandes feitos.

“Quando lhe perguntam o que ele quer ser quando for grande, responde que quer conhecer as pistas mais difíceis de Downhill que existem, ser downhiller profissional, competir com os campeões do mundo, e representar Portugal além fronteiras”, diz a mãe Alexandra Lopes. A genética pode ter tido influência, mas não explica tudo. A mãe já foi federada e praticou XC, mas, neste momento, só anda por hobbie. Já o pai, Pedro Sousa, praticou Downhill e, há cerca de um ano, dedicou-se ao Enduro, embora acabe por fazer um pouco das duas modalidades porque acompanha sempre o filho nos treinos que se realizam ao fim de semana em vários pontos do país.

Aprendeu a andar de bicicleta sozinho

A paixão do Simão pelo Downhill é muito recente mas acompanha-o praticamente desde o dia em que começou a andar de bicicleta. “Ele não usou rodinhas auxiliares. Pegou numa bicicleta e começou andar como se já soubesse pedalar”, recorda Alexandra Lopes. Não satisfeito, pediu para fazer BTT e, em outubro do ano passado, na Taça de Portugal de Enduro em Terras de Bouro, pediu ao pai para o levar a pistas onde pudesse fazer o mesmo que tinha visto naquela competição. Alexandra Soares lembra que “assim que o pai lhe fez a vontade começou pouco a pouco a pedir pistas mais complexas e três meses depois ele desistiu da escola de BTT e pediu ao pai para o treinar porque o Downhill era brutal” O Simão já realiza saltos de 60cm, e, de acordo com a opinião dos praticantes da modalidade, “demonstra bastante técnica nas descidas e nos trilhos e é reconhecido como fora de série para a idade”.

O Simão já correu em, pelo menos, 14 pistas existentes em Portugal, Alexandra Lopes sublinha que as descidas são sempre adaptadas ao seu rendimento.. “Existem saltos mais técnicos que ele não faz e aí tem que ir pelas denominadas escapatórias que são alternativas ao lado do salto. Tirando isso é totalmente autónomo. Sabe avaliar os trilhos e os obstáculos e supera-os com bastante facilidade”, adianta, vaticinando que o Simão “tem tudo o que precisa para futuramente dar cartas”. Tem carisma, é competitivo, exigente com ele próprio e detesta quando falha. “Ele só sai da pista quando a consegue fazer do inicio ao fim. É um miúdo que tem as ideias muito definidas e detesta que lhe digam que ele não é capaz, no entanto também tem um lado super humilde e detesta ser gabado”, descreve.

A tudo isto junta a enorme paixão que tem pela modalidade. “Acreditamos que ele irá longe e iremos apoiá-lo sempre e incondicionalmente”, reforça Alexandra Lopes. O plano de treinos está definido em articulação com o rendimento escolar. “Fizemos um acordo com ele em que se tirasse boas notas teria sempre a bicicleta ao alcance dele no fim de semana. Caso isso não acontecesse, o Downhill terminava. Até agora, sempre foi um excelente aluno, e, como tal, sabe que chega ao fim de semana e pode escolher para onde quer ir treinar”, explica. No último sábado, por exemplo, estiveram a treinar na Serra da Lousã. “O pai em pista com o Simão e a mãe no BackOffice”, explica.

Grande investimento financeiro

As maiores dificuldades prendem-se com a componente financeira, “desde a aquisição de material de protecção que é complicadíssimo encontrar para esta idade e para esta modalidade e que não existe no nosso país, à bicicleta do Simão, que também teve que ser adquirida da Alemanha e é a primeira Propain Yuma em Portugal”. O facto de as provas de Downhill em Portugal só serem acessíveis a partir dos 11 anos também não ajuda.

Alexandra Lopes entende que o Downhill em Portugal para as crianças ainda está muito mistificado. “Se pusermos os olhos nos países vizinhos, tais como, Espanha e França a realidade é drasticamente diferente. Os miúdos descem os trilhos ainda de “fraldas” com bicicletas sem pedais”, garante, lamentando que a Federação Portuguesa de Ciclismo feche as portas não só ao Simão mas a outros miúdos com talento que adoram o Downhill. Alexandra Lopes reconhece que os regulamentos e as regras já existiam antes do Simão se aventurar no Downhill e por isso mesmo não foram apanhados de surpresa. "Tínhamos a plena noção que o caminho não ia ser fácil porque o apoio concedido pela Federação Portuguesa de Ciclismo a esta modalidade para crianças pura e simplesmente não existe", constata.

 

Competições em Espanha, França e Áustria

Os pais são o seu principal apoio e apontam já à participação em campeonatos nos países vizinhos, onde acreditam que terá grande sucesso, nomeadamente nos campeonatos DHI em Espanha e França. No próximo ano, se a situação do Covid-19 permitir, irá também participar na Taça Five Ten, na Áustria, no campeonato de Downhill de Espanha, em Vallnord, e no campeonato francês, em Les Gets. “Sabemos que se não fossemos nós apoiá-lo e muitas vezes as pessoas que se cruzam com ele nos treinos a incentivá-lo, provavelmente ele seria mais um menino que acabaria por se ver impedido de ir mais além”, reconhece Alexandra Lopes, que elogia ainda o comportamento dos patrocinadores que deram uma grandiosa ajuda que permitiu poupar algum dinheiro para investir na sua formação.

“Tudo isto nos faz continuar a remar contra a maré”, justifica Alexandra Lopes, que espera que o percurso do Simão Pedro possa traduzir-se num exemplo a seguir por outras crianças e jovens, direcionando-os para à prática desportiva. Andar de bicicleta, reforça Alexandra Lopes, “é uma atividade desportiva ao ar livre, que fortalece os músculos e desenvolve aprendizagens motoras básicas como equilíbrio, postura corporal e coordenação motora, assim como capacidades cognitivas, emocionais e sociais. “Há algo melhor para os nossos jovens?, pergunta.

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