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A música de Ricardo Melo. Uma paixão visceral e absoluta

Artes

Viveu até à adolescência em três cidades diferentes - Almada, Figueira da Foz e Aveiro - o que, por ser pouco comum, contribuiu para aquilo que é hoje, um profissional que se dedica à música de corpo e alma, e que a define, de forma bem realista: “A música sempre foi a minha paixão absoluta, visceral e obsessiva”. Esta é a história e a partitura de Ricardo Melo.

Desde o dia em que, ainda Almada, aos 7 anos, recebeu “o primeiro rádio/leitor de cassetes” que soube que estava ali o seu futuro. A primeira guitarra aos nove anos e, só depois, um baixo elétrico por volta dos 13 anos, “oferecido pelos pais”, contribuíram para um amor em crescendo que, já na Figueira da Foz, começou “a ter os primeiros contactos com o mundo das ‘bandas de garagem’, através de amigos mais velhos”.

Do Oceano Pacífico aos Booby Trap

Em casa, a música sempre foi amiga. A partilha familiar sempre ajudou o “menino” Ricardo a conhecer e a querer aprender todos os géneros. Estava na génese um músico versátil e talentoso, apto e, sobretudo, ansioso por tocar e dar vida a todos os géneros musicais, sem exceção.

“A música esteve sempre muito presente na minha vida, desde que tenho consciência. Recordo-me, ainda muito miúdo, de ouvir todos os dias o programa “Oceano Pacífico” na rádio, noite dentro. Nem conseguia adormecer, pois estava híper atento às harmonias e às melodias dos vários hits da época. Muitíssimo cedo comecei a explorar os vinis dos meus pais, que resumindo, iam do Beethoven até aos Beatles, passando por todas as estéticas. Devo muito aos meus pais a educação musical que tive em criança. Lembro-me também de o meu pai gravar para mim e para a minha irmã Margarida muitas cassetes, pois sabia que adorávamos música”.

O gosto e a atenção deram-lhe a versatilidade. A chegada a Aveiro a primeira banda, com essa consistência. Nasceram então os Booby Trap: “Cada etapa temporal teve muitos músicos e episódios marcantes. Naturalmente são os primeiros passos que ficam gravados na memória com um carinho muito especial. No início, os Booby Trap, os nossos primeiros concertos a abrir bandas de renome, as primeiras sessões de estúdio”.

Anger, “a game changer”

Aos 19 anos, uma banda nasceu para mudar o panorama musical de Aveiro, uma cidade mais “pop”, de brandos costumes. Os Anger chegaram para abanar e alcançaram um estatuto incrível no país, com uma história fantástica para relembrar. Deu-se então, o primeiro grande passo para o profissionalismo.

“Os Anger, já com uma estrutura profissional, foram autênticos professores. Gravámos três discos muito bem-recebidos pelo público e pela crítica especializada, e tivemos acesso às primeiras grandes produções de dimensão nacional e internacional. Fazer as primeiras partes de bandas de estatuto mundial como Metallica ou Muse (entre muitos outros), atuar nos primeiros Mega Festivais de Verão, Queimas das fitas, e duas tours europeias, aos 19/20 anos, foi ‘a game changer’”.

As vantagens de ser freelancer

Depois dos Anger, o mundo. A profissionalização tem vários caminhos e desígnios e Ricardo Melo tornou-se freelancer. Essa nova forma de ser permitiu-lhe desbravar territórios desconhecidos, pertencer e dar-se a projetos distintos, que o desafiaram, fizeram crescer e evoluir. Um percurso que o faz sempre querer ser sempre melhor.

“Ser freelancer nesta área será igual a todas as outras. É procurar ser híper profissional em todas as etapas de um projeto: na componente performativa/criativa, na parte fulcral de manter a ‘máquina oleada’ na logística dos ensaios e concertos. É essencial sabermos ler o que a obra musical pede. Não vou fazer solos num projeto pop/rock, como não vou ser redutor num projeto jazzístico mais livre. Sabermo-nos adaptar ao contexto musical em causa é essencial para o telefone continuar a tocar. Acima de tudo, é um trabalho de estudo contínuo. Não se pode parar”.

Com quem tocou, com quem gostava de tocar

Ao longo dos anos, muitos (e diferentes) têm sido os desafios feitos e vencidos. No entanto, quando o telefone tocou, quais foram os que o fizeram sorrir? “Primeiro os Anger, mas depois os Black Company, o José Cid, o Gonçalo Tavares, os Mesa e, pensando bem, com todos os outros. Quando toca o telefone, a desafiar para um projeto novo ou um concerto importante, continuo a sentir a adrenalina como se fosse a primeira vez. Dou tanto valor a um concerto/projeto para um público de 50 pessoas como para um 50.000. Adoro o papel de tocar vários estilos musicais com variadíssimos músicos. Esse impulso constante ajuda a manter a frescura/atitude que é vital para realizar obra no campo artístico”.

E quem é que gostava de ouvir do outro lado do telefone? Com quem gostava de partilhar o palco, nem que fosse um bocadinho? A resposta torna-se complicada, mas Ricardo Melo não lhe foge: “Não consigo responder a essa questão sucintamente. São muitos, e de várias estéticas! Assim de repente, a nível nacional adorava trabalhar com o Jorge Palma e o Fausto (embora tenha gravado um tema em estúdio onde ele participou). A nível internacional, por exemplo com o Sting, Jamiroquai, Stevie Wonder, Miles Davis…, mas a lista nunca acaba e, cada ano que passa, acrescento uns tantos!”.

O ensino e a realização que lhe traz

Foi a partir da altura em que frenquentava o 12º ano que Ricardo Melo começou a dar aulas de música, numa decisão que lhe permitiu, também, a liberdade de poder continuar a criar e a trilhar um caminho seguro na música. Atualmente, a via do ensino é tão versátil quanto a sua carreira, pois dá aulas em vários estabelecimentos de ensino tão díspares quanto culturalmente abrangentes.

“É um trabalho maravilhoso, gratificante e muito exigente. Lido com crianças, jovens e adultos muito diferentes, cada um com as suas expectativas. Ao fim de tantos anos, eu próprio continuo a aprender com cada aluno, pois cada qual é um desafio diferente. Nesta área do Ensino temos de ser muito flexíveis. Tenho alunos que almejam ser músicos profissionais, e com esses planifico um programa de estudo específico e intenso com vista a preparar essa potencial competência. Como também tenho alunos cujo estudo da música é um complemento “amador” à sua vida, logo o nível de exigência será adaptado ao seu contexto”.

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