Maria Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, mostra-se apreensiva em relação ao traçado da linha de alta velocidade no município. A autarca considera que “este gigantesco investimento” que vai permitir “reduzir levemente”, o tempo de viagem entre Lisboa e o Porto, “é deveras prejudicial” para o concelho. “A linha irá sobrepor-se a uma das maiores manchas vitivinícolas da região, rasando mesmo projetos enoturísticos de excelência já existentes”, afirmou.
Em declarações proferidas na abertura do certame “Aqui na Bairrada”, e aproveitando a presença da Ministra da Coesão Territorial, a autarca sublinhou que este corredor ferroviário terá “um impacto muito negativo num dos setores mais importantes da economia local”.
Salientando que “a nova linha não acrescentará mesmo nada ao desenvolvimento económico do concelho”, para Maria Teresa Cardoso “o novo troço não se justifica”. O município de Anadia e os seus órgãos “irão de viva voz manifestar-se contra este projeto, protestando contra o mesmo e exigindo soluções alternativas menos prejudiciais”, adiantou.
Também o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), José Pedro Soares, se mostrou, na ocasião, preocupado com a possibilidade do traçado da linha do comboio de alta velocidade atravessar os vinhedos da Bairrada, deixando no ar a pergunta: “Faz sentido rasgarmos, mais uma vez, a nossa região para que se poupem meia dúzia de minutos entre Lisboa e o Porto?”.