Os números falam por si: em menos de dez anos de existência, a Associação BioLiving já plantou mais de 65 mil árvores, promoveu mais de 1.000 ações para o público e promoveu a recuperação de mais de 30 hectares de habitat. Isto já para nem falar na quantidade de pessoas que, anualmente, envolve nas suas ações de educação e cidadania ambiental. Porque, no fundo, é dessa forma que se consegue ir mudando o mundo. “Um cidadão, um professor, um proprietário de um terreno, ao olhar para a natureza de forma diferente vai geri-la e cuidá-la de uma forma diferente. E aí sim, gera-se uma mudança”, destaca Milene Matos, bióloga e fundadora da BioLiving, a propósito daquele que tem sido o trabalho desta associação que tem como lema “Natureza e Educação para Todos”.
Ainda que esteja sediada em Albergaria-a-Velha, as raízes da BioLiving estendem-se já a outros pontos da região (e não só), com projetos relevantes em Estarreja e Aveiro. No município de Estarreja, são já vários os terrenos onde a associação conseguiu implementar micro-reservas, através do restauro ecológico e conservação de espécies e habitats. Em Aveiro, e através de um protocolo estabelecido com a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, a associação assumiu a dinamização da Quinta Ecológica da Moita (QEM), em Oliveirinha, enquanto espaço de sensibilização ambiental e de conservação da natureza. Trata-se de um espaço florestal único na região de Aveiro, com pouco mais de 14 hectares, que inclui um carvalhal centenário, charcos, áreas agrícolas e diversos espaços de excelência para a educação ambiental.
A estas frentes de “batalha”, a BioLiving junta ainda o “projeto Agir Entre Marés, que trata das limpezas costeiras e marinhas, e como se passa em qualquer área costeira do país também tem um impacto considerável”, repara Milene Matos, sem deixar de destacar os campos de trabalho internacionais que a associação promove todos os verões. “São campos de voluntariado que são participados por jovens de todo o mundo. E conseguimos impactá-los e ter um efeito transformador nas suas vidas. Estou a lembrar-me, por exemplo, de uma jovem que estudava economia e por ter participado neste campo, que são duas semanas imersivas, passou a direcionar a sua carreira para a economia do ambiente e está a fazer um trabalho muito interessante”, refere a fundadora da BioLiving.
Em Albergaria-a-Velha, esta Organização Não-Governamental de Ambiente (ONGA) vai sendo uma presença constante na Pateira de Frossos, com a dinamização de várias iniciativas em colaboração com o centro de interpretação desta zona húmida, a par com projetos como o “Albergaria + Inclusiva” e “Albergaria+Ativa”. “São projetos que nos permitem trabalhar com a comunidade sénior e com o público com algum tipo de deficiência, trabalhando a inclusão social através dos recursos naturais”, enquadra Milene Matos.