A Milha - Festa da Música e dos Músicos de Ílhavo regressa a Ílhavo, à Gafanha da Nazaré, e à Costa Nova, numa edição especial de dois fins-de-semana, de 24 a 26 de outubro e de 31 de outubro a 2 de novembro, com mais de uma dezena de propostas focadas na música, mas também nas áreas do cinema, das artes performativas e das artes plásticas, promovidas pelo Município de Ílhavo, através do projeto cultural 23 Milhas.
O evento mantém a sua relação com a comunidade e apresenta quatro estreias absolutas de projetos feitos com mais de uma centena de pessoas que responderam à chamada do Coro da Madrugada e da Orquestra do Mar, mas também com as escolas de dança do município e músicos e bailarinos que apresentam uma nova criação da Companhia Jovem de Dança de Ílhavo e ainda um novo espetáculo da companhia de teatro Quinto Palco, com o envolvimento de artistas da PRAIA.
No primeiro fim-de-semana, a Sala Estúdio Cinema acolhe duas noites (24 e 25) de cinema com a longa-metragem Revolução (sem) sangue, do ilhavense Rui Pedro Sousa, que culmina com uma conversa com o realizador moderada por Luís Nogueira, professor na licenciatura de Cinema na Universidade da Beira Interior. Na segunda noite, serão exibidas as curtas realizadas em Ílhavo: Em vez de palavras, o vento, de Tiago Damas, e ainda Visões Insulares, de João Garcia Neto, numa sessão que termina com uma conversa com os realizadores sob a moderação de David Calão, escritor e diretor do Jornal O Ilhavense. No dia 26 de outubro, o arquiteto Óscar da Graça inaugura a exposição Velox Pondera - pintura sobre jazz, que fez a partir das composições musicais do filho, o músico Óscar Marcelino da Graça que integram o álbum Velox Pondera, apresentado no mesmo dia, em concerto (17h00) na Casa da Cultura de Ílhavo.
Já no segundo fim-de-semana da Milha, e depois se ter apresentado pela primeira vez em 2023, com o cancioneiro de José Afonso, e novamente em 2024, com repertório do pós-revolução do 25 de Abril, o Coro da Madrugada (na foto) apresenta agora Viagem à Terra dos Sonhos, em que vai interpretar canções de Jorge Palma, em ano de dupla efeméride para o cantautor, que em 2025 comemora não apenas 75 anos de vida, como também 50 anos do seu primeiro álbum. O projeto tem a direção musical e arranjos do pianista Pedro Almeida, a orientação da maestrina Aoife Hiney e a preparação vocal de Luís António Freitas. O Coro apresenta-se, num espetáculo único, às 21h30 do dia 31 de outubro, mas ainda antes, às 19h00, inaugura-se O Desenho Como Pensamento, na galeria da Casa da Cultura, exposição que permanece até ao dia 17 de janeiro. A noite termina com o concerto de Parte Fraca, banda que integra a PRAIA, plataforma de registo de artistas ilhavenses.
No dia 1 de novembro, a tarde é dedicada à apresentação dos Encontros PRAIA, que desafiaram músicos que não se conheciam a trabalhar em conjunto e que apresentaram os primeiros resultados dessa experiência coletiva no Festival Rádio Faneca. O Trio da Praia, composto por Isabel Savitri, Larissa Goretkin e Renata Silva (16h00), as Soul ID (17h00), que na Milha se apresentam sem os Latin 5, por motivos pessoais da banda colombiana, e Variável Oculta (18h00), trio composto por Gabriel Teixeira, Paulo Santos e Pedro Carlos, regressam agora para apresentar as suas criações conjuntas em novos espaços e com algumas surpresas. Ainda neste contexto, será apresentada a instalação visual e sonora de Emanuel R. Marques, artista plástico que foi desafiado a acompanhar o processo de criação e apresentação destes artistas antes e durante o festival Rádio Faneca e que apresenta agora o resultado desse trabalho de acompanhamento.
No mesmo dia, o Cais Criativo da Costa Nova acolhe a estreia de Por água abaixo, da companhia Quinto Palco, que reflete sobre a ligação do estado do mundo e da relação disso com o teatro. A criação tem a sonoplastia e a encenação de Daniela Amaral Cardoso e a dramaturgia de David Calão, artistas que integram a plataforma PRAIA.