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BERLIN IM LICHT, o álbum de estreia a solo do barítono Ricardo Panela

Artes

Com vários prémios e estreias internacionais nas algibeiras, Ricardo Panela é um cantor lírico ilhavense que se encontra há vários anos em Londres e se prepara agora para voltar a colocar raízes em Portugal.

Em janeiro de 2019, fez um recital com o pianista Nuno Vieira de Almeida no Teatro da Vista Alegre, organizado pelo 23 Milhas, que viria a fazer nascer um novo projeto – o álbum de estreia a solo do barítono, BERLIN IM LICHT, que ficará disponível a partir do dia 10 de junho.

Cofinanciado pela Fundação GDA e com o apoio de colegas e outras pessoas, que através de uma campanha de crowdfunding, tornaram possível a sua produção, é um álbum que concentra uma seleção de canções de Kurt Weill, que Ricardo Panela afirma albergar histórias – "algumas mais trágicas, outras mais casuais, mas todas elas profundamente humanas."

Neste recital, que será lançado pela Artway Records, o barítono ilhavense é acompanhado pelo pianista Nuno Vieira de Almeida, mestre do repertório de canção de câmara, e ainda pelos cantores Susana Gaspar e Alberto Sousa, convidados para várias canções. Com gravações inicialmente agendadas para o primeiro semestre de 2020, o álbum, como tantos outros projetos em tempos de pandemia, emerge de um processo de uma imensa flexibilidade e resiliência, acrescentando às histórias de Weill a história dos próprios músicos e da Humanidade, como um todo, em momentos de particular aperto.

"Os temas abordados no disco são de uma riqueza humana tão grande, em termos das histórias que contam, que encontramos ali um retrato da Humanidade durante o século XX", conta Ricardo, que espera que BERLIN IM LICHT possa reforçar, através de "um desfilar de personagens", a ideia de que "todas as formas da existência humana são dignas de menção".

Um álbum feito de pequenos passos

Recebeu a boa nova de que a Fundação GDA havia confirmado o seu apoio à gravação do álbum em 2019, quando se encontrava no Equador, para uma performance de Don Giovanni, ópera de Mozart, no papel de Leporello. 2020 adivinhava-se, assim, um ano feliz. Porém, foi-se revelando um ano de muitos obstáculos, particularmente gritantes no vasto Universo da cultura, agitando planos e calendarizações. A gravação de BERLIN IM LICHT foi adiada mais do que uma vez.

Ricardo conta que o período de confinamento foi difícil – as produções de ópera em que estava envolvido foram reagendadas e "coisas mais pequenas e pontuais", como concertos, canceladas, pelo que teve de procurar um trabalho a meio-tempo, que permitiu manter-se "à tona". Em tempos em que muitos se viram inseridos num "buraco negro" da não inspiração, Ricardo procurou manter "uma disciplina relativamente estável, em termos de continuar a cantar e a estudar", sabendo que chegaria o momento de gravar o álbum.

Algo que guarda com carinho desse período, conta, foi o ter conseguido apoiar a Opera Prelude, uma companhia que faz concertos-conferência e com a qual trabalha desde que se mudou para Londres, a transitar do modelo presencial para o modelo online. "Fiz as primeiras quatro conferências online e depois as coisas correram muito bem", partilha, acrescentando que se sente particularmente feliz por saber que essa transição contribuiu para "gerar oportunidades de trabalho" para outros colegas de ofício.

Fotografia: Nik Pate

Foi em novembro, quando tudo começava novamente a fechar-se, que conseguiu, finalmente, fazer a viagem até Lisboa e encontrar-se, em estúdio, com toda a equipa que viria a dar corpo (e alma) ao novo álbum. "Isto vai acontecer", pensou, preenchido de uma avassaladora sensação de alívio.

Um retrato da Humanidade durante o século XX

BERLIN IM LICHT propõe "um novo olhar sobre as canções de Kurt Weill", compositor alemão que Ricardo afirma ter "um talento para colocar a nota certa na palavra certa na altura certa". A secção central do álbum, que concentra as Four Walt Whitman Songs, é prova disso – "a forma como Weill ilustra musicalmente o texto ao longo destas canções é extraordinária", escreve nas notas de programa. Sendo talvez dos ciclos de canções mais desafiantes que Ricardo alguma vez interpretou, são também canções "muito gratificantes do ponto de vista dramático". Levou meses a conseguir dessensibilizar-se do conteúdo da poesia de Whitman, que, para o barítono, sabia "colocar em palavras a Humanidade por trás de momentos difíceis", conta.

Fotografia: Nik Pate

Mas são mais as histórias que moram nas quinze canções de um álbum que faz um "retrato da Humanidade durante o século XX". Histórias com textos e personagens riquíssimas, que Ricardo espera poderem espraiar a ideia de que "nós somos todos iguais e todos temos direito à vida e a ser felizes". "A música de Weill tem esse efeito", escreve nas notas de programa, "o poder de (…) mexer com algo dentro de nós que nos faz olhar para a nossa própria existência e condição neste mundo".

"Acho que este ano nos ensinou a todos que a vida é uma coisa extremamente frágil", partilha, "e que temos de valorizar tudo aquilo que temos e as pessoas à nossa volta todos os dias".

É com esta nota – de valorização da vida e da dignidade humana – que é lançado um álbum que “eterniza a musicalidade única de Kurt Weill e o talento dos intérpretes em gravação”.

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