Os aveirenses que integram a caravana humanitária que saiu na passada quarta-feira de Portugal em direção às fronteiras da Polónia e da Roménia com a Ucrânia já iniciaram a viagem de regresso ao nosso país e têm chegada prevista para o final da tarde desta segunda-feira. A bordo da carrinha que saiu de Aveiro seguem, além dos três voluntários, quatro refugiados ucranianos. São três pessoas da mesma família e uma outra que segue sozinha.
"As pessoas estão em paz, mas não estarão certamente em paz de espírito sabendo o que está a acontecer aos seus e na sua terra. Pelo menos, sentem-se acolhidas e seguras", declarava Gonçalo Fonseca, um dos aveirenses que segue na viatura, enquanto o grupo cumpria uma paragem na zona de Paris. Graças à iniciativa de um cidadão português responsável por um hotel naquela região de França, foram disponibilizados, de forma gratuita, quartos os elementos do grupo. "Felizmente, esta onda de solidariedade estende-se a todo o mundo", destacava o aveirense.
Importa lembrar que esta caravana já leva com dezenas de horas de estrada e milhares de quilómetros percorridos. Depois de saírem da Roménia, transportaram uma família ucraniana para a Polónia e, daí, trouxeram outros quatro refugiados para Portugal. Ainda assim, Gonçalo Fonseca, Paulo Jesus e Luís Neves, recusam falar em cansaço. Preferem falar naquilo que vai ser preciso fazer daqui para a frente, na integração e apoio a todos estes refugiados.
"Depois de chegarmos a Aveiro, e nos próximos tempos, abre-se um longo caminho", advertem. "Estamos a falar de pessoas que vão estar abandonadas no mundo, muitas delas com famílias completamente estraçalhadas, com maridos e pais que já não voltam", acrescentam, lembrando: "tudo isto vai obrigar a um esforço internacional muito elevado e a um esforço de cada um de nós".
"Esta foi uma pequena ação entre muitas outras que vamos ter que ter daqui para a frente", exortam.
A comitiva aveirense integra a caravana humanitária que partiu na quarta-feira de vários pontos de Portugal para prestar ajuda ao povo ucraniano. Saíram carregados de bens alimentares e de higiene e regressam com dezenas de refugiados.