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Cáritas: Aumentaram os pedidos de ajuda, mas ajudar também ficou mais caro

Sociedade

Casa, água, gás, luz, comunicações e bens alimentares, pouco ou nada escapou à inflação, agudizando a situação das famílias portuguesas. Em tempo de crise, como seria de esperar, são cada vez mais aqueles que se veem obrigados a bater à porta das instituições de solidariedade social. Aveiro não é exceção à regra e o cenário que tem vindo a ser registado na Cáritas Diocesana aí está para o comprovar. A instituição fundada em 1976, e que tem várias valências sociais, está a registar um aumento de pedidos de ajuda, ao mesmo tempo que vê o montante de donativos diminuir. Mais grave do que isso: os seus custos de funcionamento também aumentaram de forma significativa.

À porta do número 42 da Rua do Carmo vão chegando imigrantes, sem-abrigo, famílias em dificuldades. Em relação a estas últimas, há um fenómeno, recente, que está a preocupar o presidente da instituição, João Barbosa: “Está a aparecer uma franja de famílias com ambos os membros empregados. Têm os seus ordenados, a sua vida organizada, gente muito boa, mas que, com o aumento de custo de vida, não consegue suportar todas as despesas. É preciso comprar uns óculos para um filho e não têm dinheiro, querem ir a um médico especialista e não têm dinheiro”, conta, sem esconder a apreensão.

Ainda assim, quem mais toca à campainha são imigrantes, 60% dos quais brasileiros, e cada vez em maior número. “Aumentaram 20%”, especifica o presidente da Cáritas Diocesana de Aveiro, lamentando o facto de “todo o processo de receção aos imigrantes” ter “muitas lacunas”. “Não temos um gabinete que os apoie como deve de ser. Eles chegam e não têm BI, não têm onde dormir, onde comer. E ninguém os recebe sem um documento. Acho que devíamos ter uma maior sensibilidade para a receção dos imigrantes. Recebê-los com boa organização, com bom acolhimento”, adverte João Barbosa.

O dirigente mostra-se também particularmente sensível à questão dos sem-abrigo (a Cáritas de Aveiro dispõe de um centro de alojamento temporário para homens sem-abrigo) e a realidade com que tem sido confrontado leva-o a defender uma outra forma de atuação perante este problema. “Devia haver um trabalho ao nível dos pré sem-abrigo, ou seja, antes de despoletar o problema. Não era deixar cair o indivíduo. Era preciso haver prevenção”, adverte, sugerindo que se concentrem alguns esforços a estudar o “pré sem-abrigo”.

100 mil euros de prejuízo

Ao mesmo tempo que se vê a braços com um aumento de pedidos de ajuda, a Cáritas também é, ela própria, “vítima” dos efeitos da inflação. As contas da água, luz, gás e combustíveis que a instituição tem de suportar também foram sujeitas a aumentos e os registos contabilísticos não são nada animadores. “Vamos apresentar um prejuízo de 100 mil euros”, lamenta João Barbosa. “É evidente que as instituições não querem ganhar dinheiro, mas não conseguem aguentar os resultados negativos”, destaca.

No caso da Cáritas de Aveiro, “os custos de funcionamento aumentaram 30 por cento”. Tudo isto, lamenta o presidente, sem uma verdadeira compensação pelo aumento do custo de vida não chega. “O Governo não apoia o combate à pobreza como diz que apoia”, lamenta.

Os apoios provenientes da sociedade civil, sob a forma de donativos, também emagreceram nos últimos tempos. “O que é natural. As pessoas estão com menos dinheiro e não têm para nos dar. O que estamos agora a pedir são alimentos”, explica, lembrando que a instituição serve, por ano, umas 6.000 refeições.

A instituição - que é, ao nível da Diocese, o organismo oficial da Igreja Católica responsável por exercer e promover a ação social - dispõe de uma creche e um pré-escolar, um centro de acolhimento temporário para crianças em risco (dos 10 aos 12 anos), um centro de alojamento temporário para homens sem-abrigo, e um núcleo de atendimento a vítimas de violência doméstica - nomeadamente uma casa de mulheres e uma casa de homens (esta última, é única em Portugal). Conta com 60 colaboradores e tem já um orçamento anual na ordem dos 1,5 milhões de euros.

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