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Diogo Valente: "Sinto muita falta do treino com os meus colegas"

Atletas

Diogo Valente jogou na Turquia e sentiu de perto os ataques terroristas no país, mas diz que nada é comparável à gravidade da situação que vivemos hoje. O jogador, de 35 anos, afirma que esta é uma realidade que nunca ninguém imaginou passar e espera que, depois de ultrapassada esta pandemia, as pessoas possam dar mais valor à vida.

Diogo Valente, formado no Beira-Mar, foi campeão nacional pelo Porto e conquistou uma Taça de Portugal ao serviço da Académica. Joga atualmente no Sporting de Espinho, clube pelo qual espera poder concluir o Campeonato de Portugal, entretanto suspenso. Vai mantendo a forma em casa, mas sente saudades das rotinas diárias, dos treinos, dos jogos e do ambiente do balneário.

Diogo Valente jogou também no Boavista, Braga, Marítimo, Chaves, Gil Vicente, Freamunde e Oliveirense. Teve ainda duas experiências no estrangeiro, no Cluij, da Roménia, e no Sanliurfaspor, da Turquia. Uma carreira cheia que não tem fim à vista porque se sente bem. “No dia em que entender que o rendimento não é o melhor serei o primeiro anunciar o fim”, garante.

Como está a viver esta fase em que estamos em Estado de Emergência Nacional por causa do Covid-19?

Preocupado com tudo o que se está a passar, mas, ao mesmo tempo, bastante otimista. Acredito que tudo isto vai passar e voltaremos todos à nossa rotina diária.

Tem procurado manter a forma? Como?

Claro. Até há poucos dias procurava uma hora do dia mais tranquila, em que não houvesse aglomerado de pessoas na rua, para dar uma corrida e complementava com um trabalho de força no terraço de casa. Visto que as medidas apertaram, evito correr na rua. Opto agora por ficar pelo terraço de casa e pela garagem.

O Sporting de Espinho tem mantido um contacto regular consigo? E tem conversado com os seus colegas do plantel?

Sim. Todos os dias falamos no grupo de whatsapp que temos e, da parte da tarde, reunimos por videoconferência com a equipa técnica e mantemos o contacto uns com os outros. É claro que não é bem a mesma coisa. Somos um grupo bastante unido e é natural sentirmos falta do nosso ambiente de balneário.

Nestes dias do que é que sente mais falta?

Sinto muita falta da minha rotina diária, do treino com os meus colegas, do cheiro do balneário, do futebol na TV, pois sou um apaixonado pelo que faço e é por isso que me mantenho no ativo e a desfrutar como se estivesse no inicio da minha carreira. Mas está a ser positivo no sentido em que passo mais tempo em família, brinco com os meus filhos e tenho todo o tempo para eles, coisas de que um profissional de futebol muitas vezes se priva fruto dos treinos e jogos aos fins de semana e aos muitos dias passados em estágios.

“Joguei na Turquia numa fase em que eram muitos os atentados terroristas. No dia seguinte a vida continuava e tudo voltava a normalidade”

Tem uma larga experiência profissional, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Alguma vez passou por uma situação parecida?

Nunca. Julgo que isto é uma realidade que nunca ninguém viveu nem nunca ninguém imaginou viver. Quando joguei na Turquia vivi alguns momentos complicados, numa fase em que eram muitos os atentados terroristas no país. Apesar deste ambiente, no dia seguinte a vida continuava e tudo voltava a normalidade. Neste caso é diferente, o mundo para e somos mesmo obrigados a ficar em casa.

Essa necessidade de ficar em casa é considerada fundamental para se ultrapassar mais rapidamente a situação que vivemos. Acha que nós, portugueses, estamos a ter comportamento adequado?

Na fase inicial penso que não, mas, agora, os portugueses estão muito mais conscientes da gravidade da situação que estamos a viver e já tomam as devidas precauções para que o contágio não se propague. E é muito importante que assim continue, por muito que possa custar.

"Dar o título, e atribuir subidas e descidas a quem, neste momento, ocupa esses lugares seria injusto...Ninguém garante esses objetivos a 10 jornadas do final da prova"

A FPF anunciou o cancelamento dos campeonatos nacionais de formação. Em relação aos seniores, acha que pode acontecer o mesmo?

Sinceramente não sei quais as medidas que a FPF irá tomar pois não é fácil tomar uma decisão. Todos os campeonatos estavam em aberto e seria uma injustiça o cancelamento quando muitas equipas lutavam ainda por objetivos. Já para não falar no aspeto financeiro, equipas que investiram muito dinheiro para alcançar competições europeias ou subidas de divisão e iriam ver todos esses projetos deitados por água abaixo. Não havendo cancelamento teria de ser jogado o resto que falta, mas não se sabe quando tudo isto voltará à normalidade e não se pode colocar em risco a próxima época pois é ano de Europeu e esse não pode ser novamente adiado. Resta-nos aguardar as decisões, mas, neste momento, o futebol passa para segundo plano, pois a saúde de todos é o que mais importa.

Se não for possível jogar mais esta época, qual é que acha que deve ser a solução em termos de definição dos títulos de campeão, subidas e descidas?

É difícil dar uma opinião sobre isso. Como disse anteriormente, o cancelamento seria injusto e dar o título, e atribuir subidas e descidas a quem, neste momento, ocupa esses lugares também o seria, pois ninguém garante esses objetivos a 10 jornadas do final da prova. No caso do Sporting de Espinho, por exemplo, acreditamos muito que o 3.º lugar que ocupamos neste momento não seria o lugar que iriamos ocupar no final do campeonato e que nos daria a hipótese de disputar um lugar de subida à Segunda Liga.

Tem 35 anos. Independentemente de tudo, vai continuar a jogar? Se sim, onde?

Sim. Aos 35 anos sinto-me bastante bem física e psicologicamente e com rendimento, que é o mais importante. No dia em que entender que o rendimento não é o melhor serei o primeiro anunciar o fim. Onde, ainda não sei. O campeonato está suspenso e há ainda muita indefinição da parte dos clubes. Vamos ver.

Que mensagem gostaria de deixar aos adeptos do Sporting de Espinho e aos adeptos do futebol em geral?

Aos adeptos do Sporting de Espinho que continuem com a mesma raça e com a mesma paixão que demonstraram até aqui. É uma massa adepta exigente, mas incrível no apoio que nos dão. Aos adeptos do futebol que se mantenham otimistas relativamente ao futuro pois o “desporto-rei” vai voltar muito em breve, mas, sobretudo, que esta pausa forçada sirva para as pessoas darem mais valor à vida. Espero que, no futuro, se comportem com mais valores e que haja mais respeito nas rivalidades pois, nos últimos tempos, o futebol português viveu uma fase bastante negativa e que deixou uma péssima imagem. Agora é hora de nos unirmos todos num só e derrotar este vírus.

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