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Da Rússia com amor

Opinião

Ivar Corceiro

A RIA Novosti é uma das maiores agências noticiosas da Rússia. Ontem, no seu site oficial, publicou a notícia da discussão na Duma Federal (o parlamento russo) para a aprovação duma nova bandeira russa. Nada mais nada menos do que a da fotografia em baixo:

A proposta foi feita pelo deputado Mikhail Sheremet, do partido de direita Rússia Unida, o mesmo que mantêm Putin no poder. A bandeira é a da Vitória soviética na Segunda Guerra Mundial.

Tendo em conta que o Rússia Unida tem 325 dos 450 deputados na Duma e que o segundo maior partido, com 57 deputados, é o Partido Comunista da Federação Russa (sucedâneo directo do Partido Comunista da União Soviética), ficaria muito espantado se a proposta não fosse aprovada.

A discussão surge exactamente no fim da Batalha de Mariupol, uma cidade industrial importante para a Ucrânia que esteve cercada desde os primeiros dias da Guerra, cuja resistência ucraniana foi feita durante cerca de um mês na fábrica Azovstal. O encolhimento da resistência ucraniana na cidade deveu-se ao facto de a cidade ter estado totalmente cercada desde o sexto dia do conflito e não ter sido possível, por isso, abastecer os soldados ucranianos.

Esta é, assim, uma das maiores vitórias russas desde a invasão da Ucrânia, com quase mil soldados ucranianos rendidos no dia 17 de Maio, e tem também a importância de poder moralizar um exército que no resto do conflito tem sofrido muito mais baixas do que esperaria no início. 95% da cidade está totalmente destruída e um dia, quando a História falar desta "Operação Especial Russa" esta será sem dúvida uma batalha simbólica.

O Batalhão Azov, que durante a resistência provocou pesadas baixas nos russos, ao ponto de Putin desistir da invasão terrestre e optar pelos bombardeamentos pesados à distância, era também conhecido pelos seus membros NeoNazis.

A Guerra, no entanto, está muito longe de ter um Vencedor e, por isso, de acabar. Se na Rússia parece haver um saudosismo pelos tempos da Guerra Fria, nos países Ocidentais há também uma reorganização militar assustadora, com o fim da postura neutral da Suécia e da Finlândia.

A Suécia, que é apenas um dos maiores e melhores produtores de armamento na Europa, já iniciou o processo de adesão à NATO. A Finlândia também. Estes dois países respondem assim às sucessivas ameaças nucleares de Putin caso se aproximem da NATO, entrando na organização.

A verdade é que a Rússia irá de facto responder a estas duas novas adesões à NATO, mas para já, pelo menos, apenas formalmente. Porquê? Porque a principal ameaça de Putin é rasgar um Acordo Informal que tem com esses dois países garantindo que os mesmos se manteriam livres da ameaça nuclear russa. No entanto, sabe-se que a Rússia mantém dispositivos nucleares no Báltico, mais concretamente no exclave Caliningrado e em Murmansk, pelo que agora será uma questão de formalizar essa presença nuclear.

As ameaças nucleares de Putin, aliás, vão muito mais além. No dia 25 de Abril, Sergey Viktorovich Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou mesmo na televisão estatal russa que a Guerra na Ucrânia "poderá facilmente levar a uma Terceira Mundial" e que os "os riscos duma Guerra Nuclear não podem ser subestimados".

Até ao momento, apenas a Rússia tem usado este tipo de ameaças, o que é grave o suficiente tendo em conta que o Exército russo é manifestamente insuficiente para a Guerra que se propôs a travar e que a Rússia tem armamento suficiente para acabar com a vida inteligente neste planeta e, já agora, a do próprio Putin também.

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