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Leandra Morais: a paixão pela música aliada à dedicação ao ensino

Artes

Chama-se Leandra Morais, tem 28 anos e, apesar de viver há oito anos em Aveiro, é natural de Travassô, freguesia do concelho de Águeda. Ouvimos falar dela, há algumas semanas, por causa do projeto solidário ViolaBD. É música e dá aulas no Conservatório de Música da Jobra e na Academia de Música de São João da Madeira.

Do seu currículo consta também a passagem pela Escola de Artes da Bairrada e o Conservatório de Música de Águeda, onde organiza, em conjunto com a Associação Portuguesa de Viola d’arco, o 10.º Encontro Nacional de Violas d’arco.

No meio de todas as suas atividades, ainda arranja tempo para coordenar a escola Oficina de Orquestra, em Travassô, e colaborar, logisticamente, com alguns artistas. Tempos livres? Não tem muitos, mas gosta de os reservar para estar com pessoas que lhe são mais queridas.

Também gosta de praticar yoga, viajar (dentro e fora do país), passear pela natureza, assistir a concertos, ver documentários e filmes, estudar filosofia, fotografar, ler e ouvir música. No fundo, adora sentir que está “em constante aprendizagem”. Sustentabilidade, ecologia, minimalismo e relação humanidade/natureza estão também entre as suas prioridades, razão pela qual procura “dinamizar algumas iniciativas que cruzem estes temas”. Leandra Morais falou à Aveiro Mag sobre o seu percurso profissional e sobre os seus sonhos.

Quando nasceu a paixão pela música?

A vontade de aprender um instrumento surgiu quando tinha dez anos, já frequentava o quinto ano e tinha aulas de música semanais na escola. Essas aulas, e o facto de o meu padrinho ser músico profissional, despertaram-me este interesse. Um dia comentei em casa que gostava muito de aprender a tocar violino e a minha mãe, sem eu saber, inscreveu-me no Conservatório de Música de Águeda, que passei a frequentar no ano letivo seguinte.

Porquê a viola d’arco?

Na realidade, iniciei os meus estudos musicais em violino. Quando estava prestes a concluir o primeiro ano, o meu professor Daniel Leão, que é um dos violetistas da Filarmonia das Beiras, desafiou-me a trocar de instrumento e começar a estudar viola d’arco, uma vez que são instrumentos semelhantes a nível técnico. Como nenhum aluno estava a aprender o instrumento no Conservatório naquele momento, existia necessidade de se iniciar a classe, sendo mais fácil para uma aluna como eu, que já tinha experiência de um ano no violino. Concordei com a proposta e nunca me arrependi da decisão.

Fez licenciatura e mestrado na UA. Os cursos foram importantes para assumir a carreira musical?

Sem dúvida. A formação superior é uma oportunidade de aprofundar e adquirir novo conhecimento, para além de nos preparar para o mercado de trabalho. Proporcionou-me boas experiências e descobertas, não só pelo curso em si, como pelo facto de ter participado ativamente na vida associativa académica, através da fundação do Núcleo de Estudantes de Música, com o qual colaborei durante dois anos. Além disso, colocou-me em contacto com profissionais que admiro. Como gosto de estudar, acabei por complementar a minha formação com uma pós-graduação em Gestão nas Indústrias da Música, pela Coimbra Business School, indo ao encontro de novos interesses para os quais despertei ao longo do meu percurso. Num futuro próximo, pretendo completar o currículo com um Doutoramento.

Toca nalguma orquestra?

Tocar em orquestra não é a minha ocupação principal. No entanto, costumo colaborar como freelancer em orquestras da região, nomeadamente com a Filarmonia das Beiras. Já colaborei também com a Orquestra Filarmónica Portuguesa, Orquestra Clássica do Centro, entre outras. Fui selecionada para integrar a The World Orchestra, na tour Líbano - 2015, e a Orquestra sub-21 Guimarães Capital da Cultura 2012. Participei na fundação da Orquestra Nacional de Cabo Verde.

Também é professora. Gosta de ensinar?

Sim! Gosto de ensinar e educar. Encaro a minha profissão como mais do que uma troca de conhecimento. É a minha oportunidade de poder contribuir para o evoluir, enquanto indivíduo, de cada criança e jovem com quem trabalho. Além disso, permite-me estar em constante reciclagem de conhecimento e numa procura incessante por soluções. Considero a educação como a base para a mudança social que acredito que é necessária, sendo que os professores desempenham um papel preponderante neste processo, e sinto-me lisonjeada por fazer parte desta classe.

O seu maior ídolo?

Não posso dizer que tenho um ídolo, porque na realidade são várias pessoas que me influenciam positivamente e que me inspiram diariamente. Essas pessoas são a minha família, namorado, amigos, professores e alunos que, de alguma forma, me educam e fazem questionar diariamente. Claro que, do ponto de vista profissional, me procuro inspirar em diferentes artistas, como por exemplo a violetista Tabea Zimmermann. Mas a minha maior inspiração vem sempre de atitudes nobres, textos sábios e posicionamentos inteligentes, os quais encontro tanto em personalidades mediáticas como nas pessoas que me rodeiam!

E o grande sonho?

Curiosamente nunca me guiei por um grande sonho. Vou definindo os meus objetivos com base nas experiências que vou vivendo. Contudo, sei que gostava muito de contribuir positivamente para o desenvolvimento do panorama cultural e educativo em Portugal e vou tentar conduzir o meu percurso nesse sentido.

Que balanço faz à primeira fase do projeto ViolaBD.

A primeira temporada do ViolaDB superou as minhas expectativas, tanto a nível de adesão como de donativos. O que começou por, inicialmente, parecer um projeto com abrangência pouco significativa, acabou por sensibilizar uma comunidade espalhada por diferentes geografias.

As nove sessões dos três módulos contaram com a participação de meia centena de violetistas e violinistas, estudantes ou profissionais, dos 7 aos 55 anos. Apesar de ser um projeto pedagógico específico para estes instrumentistas, os donativos chegaram tanto dos participantes, como da comunidade, ultrapassando mil euros! As contribuições reverteram integralmente para o Instituto Português de Oncologia, durante o primeiro módulo, e para a Associação CASA - Centro de Apoio ao Sem Abrigo, nos módulos seguintes, confirmando, uma vez mais, o espírito solidário do povo português.

Claro que o projeto foi possível graças à generosa participação dos violetistas João Tiago Dinis, Sofia Silva Sousa e José Valente que aceitaram, sem reservas, participar solidariamente na primeira temporada da iniciativa. A minha estratégia passou por apostar em nomes sonantes no mundo da Viola d’arco em Portugal, nos quais identifico talento, profissionalismo e qualidade, características que procurei transportar para o ViolaDB. A participação destes três violetistas alavancou o projeto e permitiu reunir virtualmente esta comunidade dispersa, promovendo troca de experiências e conhecimento.

O feedback foi muito positivo e os participantes adoraram. O projeto ViolaDB foi igualmente bem acolhido pela comunidade em geral, pelo seu carácter solidário, tendo despertado bonitas mensagens e destaque na imprensa.

Por agora, a primeira fase do ViolaDB termina, devido à aproximação do final do ano letivo. No entanto, não faltam ideias para uma segunda temporada. Esta fase de interrupção irá permitir preparar novidades para o eventual regresso do projeto.

* Crédito das fotos: Luís Grilo
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