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Hamster Clown: Gargalhadas e terror, num espetáculo sobre a ilusão de liberdade

Artes

Na próxima sexta-feira, dia 18 de março, o clown Rui Paixão está de volta a Ílhavo, desta vez, para apresentar Hamster Clown, “um espetáculo sem texto, que fala de sonhos e de pesadelos” e que resulta da primeira colaboração do jovem feirense com o encenador Ricardo Neves-Neves.

Hamster Clown é “difícil de descrever”, admite Rui Paixão, em entrevista à Aveiro Mag. Se a premissa inicial de Ricardo Neves-Neves parecia simples - “um hamster que vivia encerrado numa gaiola consegue fugir” – certo é que conduziu o encenador, o performer e a restante equipa a um longo processo criativo. “O grande desafio foi pegar nesta ideia e traduzi-la em algo mais complexo, refletindo sobre questões como ‘O que significa liberdade?’, ‘Até que ponto é que és verdadeiramente livre?’, ‘Deixas que a sociedade te aprisione ou que a tua maneira de pensar te reprima?’ ou ‘O que é que significa sair da gaiola?’”.

O resultado? Um espetáculo “descomprometido, fresco, imaginativo”, que mistura reflexões profundas com a lógica do absurdo e “trata a questão da liberdade como um todo”. “Não só a liberdade de deixarmos de estar restringidos às quatro paredes de casa devido a uma pandemia, não só a liberdade conquistada com o 25 de abril, mas todas as outras liberdades pelas quais lutamos todos os dias desde o momento em que acordamos”.

Sem precisar de recorrer à palavra – Rui conta a história com o corpo e a expressividade que emprega dispensa a presença de texto – Hamster Clown transporta os espectadores para “um universo excêntrico” onde não faltam estátuas renascentistas, polvos gigantes e aspiradores endiabrados.“O nosso objetivo é mostrar ao público imagens que não são reconhecíveis do quotidiano. Não há elementos em palco dos quais as pessoas possam pensar ‘Já vi isto’ ou ‘Reconheço isto’. Tudo é novo! E é a partir dessa novidade, desse universo fantástico e impossível, que começamos o diálogo com o público”, explica o clown. “A sensação de estranheza leva-nos a viver as emoções à flor da pele”, completa.

No início da peça, a personagem tenta escapar de num labirinto de arbustos onde está presa. “E o espetáculo começa no momento em que a personagem em fuga se rende ao facto de não conseguir libertar-se. Desde o segundo zero, a peça trata de uma tentativa de nos querermos libertar, mas não conseguirmos. E, a partir daí, é sempre sobre isso, a ilusão de liberdade. Todas as imagens que trazemos a palco refletem essa tentativa de liberdade, de sair daquele corpo, de tentar fugir daquele espaço, daquela luz, daqueles demónios”, resume Rui Paixão.

Hamster Clown já passou por várias salas em todo o país e, de acordo com Rui, a “reação do público tem sido extraordinária”. Quando um espectador se propõe a assistir a este espetáculo é convidado a estabelecer uma espécie de pacto informal com o clown: “ têm de estar a criar o espetáculo ao mesmo tempo que eu o estou a interpretar”, explica Rui Paixão. “Aquilo que transmito em palco não é mais do que um ponto de partida para cada um construir a sua história. E, a partir do momento em que os espectadores entendem isso e procedem desta forma, o espetáculo torna-se mágico. Fica com imensas possibilidades de leitura, imensos significados. E isso é fantástico!”.

Depois de ter sido o criador convidado da mais recente edição do LEME – festival de circo contemporâneo de Ílhavo, em dezembro de 2021, no âmbito do qual apresentou o espetáculo “Albano”, Rui Paixão admite ser “bom estar de volta”. “O 23 Milhas foi a primeira casa a acolher-me quando voltei daquela aventura na China. . Tinha estado fora muito tempo e, quando quis voltar, o 23 Milhas foi o primeiro a dizer ‘Vamos apoiar-te’.”, recorda o clown.

“ tornou-se uma casa-mãe. As semanas que passei aí e as relações que se geraram foram especiais. Ter o senhor do café a ir ver o espetáculo e a dizer que adorou, que nunca se tinha rido tanto, para mim, é excecional”, confessa Rui, sublinhando a sua vontade de “sempre que tiver um espetáculo novo, poder partilhá-lo em Ílhavo”.

Hamster Clown sobe ao palco da Casa da Cultura de Ílhavo na próxima sexta-feira, dia 18 de março, às 21h30. Os bilhetes estão à venda na Bilheteira da BOL e nos espaços culturais do 23 Milhas.

*Foto: Estelle Valente

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